Às vésperas da sessão em Brasília que vai analisar a denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) por corrupção passiva, a posição de 14 deputados federais do Paraná sobre o tema permanece uma incógnita. Ou seja, quase a metade da bancada – formada por um total de 30 parlamentares – evitou o assunto publicamente ao longo de praticamente cinco semanas, desde a apresentação da denúncia pela Procuradoria-Geral da República (PGR), na esteira de revelações de executivos da JBS.
No plenário da Câmara dos Deputados, a votação do parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa sobre a denúncia ocorre nesta quarta-feira (2), um dia após o retorno dos trabalhos do Legislativo, de folga durante a segunda quinzena de julho. O parecer recomenda o veto à denúncia feita pela PGR, o que, na prática, impede que o presidente Temer se torne alvo de uma ação penal pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
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O Planalto acredita ter votos suficientes para enterrar a peça da PGR. Para a denúncia ser encaminhada ao STF, seriam necessários, no mínimo, 342 votos no plenário, que tem 513 cadeiras no total. A bancada do Paraná é historicamente afinada com o presidente Temer – apenas quatro dos 30 parlamentares votaram contra o impeachment de Dilma Rousseff, por exemplo. Mas, na sessão de quarta-feira, ao menos um terço da bancada deve se posicionar a favor da abertura de um processo contra o peemedebista.
Em declarações à imprensa até aqui, dez paranaenses disseram que votarão contra o parecer da CCJ, permitindo o prosseguimento da denúncia: Aliel Machado (Rede); Assis Do Couto (PDT); Christiane Yared (PR); Delegado Francischini (SD); Diego Garcia (PHS); Enio Verri (PT); Leandre (PV); Luciano Ducci (PSB); Rubens Bueno (PPS); e Zeca Dirceu (PT).
Outros cinco paranaenses informaram à imprensa que darão aval ao parecer da CCJ, colaborando para a rejeição da denúncia: Evandro Roman (PSD); Nelson Meurer (PP); Sergio Souza (PMDB); Takayama (PSC); e Toninho Wandscheer (Pros). Um sexto voto pró-Temer seria do ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), que foi cotado para reassumir o mandato para se posicionar a favor do peemedebista. No entanto, como o suplente dele, Nelson Padovani (PSDB), havia se manifestado no mesmo sentido, Barros não foi exonerado da pasta.
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Até agora, 14 paranaenses ainda não se pronunciaram publicamente sobre o voto de quarta-feira: Giacobo (PR); João Arruda (PMDB); Luiz Carlos Hauly (PSDB); Luiz Nishimori (PR); Sandro Alex (PSD); Alex Canziani (PTB); Hermes Parcianello (PMDB); Leopoldo Meyer (PSB); Osmar Bertoldi (DEM); Alfredo Kaefer (PSL); Dilceu Sperafico (PP); Edmar Arruda (PSD); Osmar Serraglio (PMDB); e Reinhold Stephanes (PSD).
À Gazeta do Povo, parlamentares já deram mais de uma justificativa para o silêncio. Dois deles, integrantes da base aliada e favoráveis ao prosseguimento da denúncia, alegam que antecipar posição é dar espaço à pressão do próprio partido, que insistentemente cobrará fidelidade até o momento da votação. Outro paranaense já admitiu que deve votar a favor do presidente Temer, mas que prefere reduzir o desgaste junto ao eleitorado. Também há aqueles que juram não terem tomado nenhuma posição ainda, daí o silêncio.
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