O primeiro escalão do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) já foi definido – clique aqui para ver a lista completa. Mas novos nomes seguem sendo acrescentados à nova administração do país.
Na quinta-feira (17), o Diário Oficial da União oficializou o nome do delegado Igor Romário de Paula como diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal. Comandante da equipe policial da força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, ele assume então o posto de número 3 da hierarquia da corporação.
Apesar de ser mineiro de nascimento, ele tem profunda ligação com o Paraná - além de ser formado em Direito pela UFPR, foi chefe do Núcleo de Imigrações da Delegacia de Foz do Iguaçu e também delegado-executivo na cidade da Fronteira.
Agora, já de volta na capital paranaense, vinha atuando como delegado regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Superintendência da PF do estado. Foi o coordenador das 57 fases da Lava Jato deflagradas até aqui e responsável pela integração entre a equipe que desarticulou o maior esquema de corrupção no governo federal, o escândalo envolvendo a Petrobras.
Dentre os escolhidos por Bolsonaro, há ainda paranaenses e nomes que atuaram no estado que apareceram já na primeira hora: Sergio Moro, Augusto Heleno, Maurício Valeixo, Érika Marena e Ricardo Vélez. Veja abaixo o perfil deles.
Também está na relação o ex-superintendente regional da Polícia Federal Rosalvo Ferreira Franco. Ele esteve à frente da PF desde a deflagração da primeira fase da operação até 2017, quando se aposentou, e foi nomeado para cargo especial na transição governamental. Rosalvo continua morando em Curitiba.
Conheça alguns dos paranaenses que integram o governo Bolsonaro:
Braço direito de Bolsonaro e natural de Curitiba, o general Augusto Heleno (que chegou a ser cotado para o posto de vice na chapa do então presidenciável) foi dos que mais cedo tiveram presença garantida em Brasília. Inicialmente apontado como nome para o Ministério da Defesa, o militar da reserva foi confirmado no começo de novembro de 2018 como comandante do Gabinete de Segurança Institucional, responsável pela área de inteligência do governo.
General da reserva do Exército Brasileiro, iniciou a carreira militar na Academia das Agulhas Negras. Atuou como primeiro comandante brasileiro da Força de Paz das Nações Unidas no Haiti, entre os anos de 2004 e 2005 e como comandante militar da Amazônia entre 2007 e 2009. Comandou a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) e foi adido militar da Embaixada do Brasil em Paris, acreditado também em Bruxelas. Como oficial-general, foi comandante da 5ª Brigada de Cavalaria Blindada e do Centro de Capacitação Física do Exército, chefe do Centro de Comunicação Social do Exército e do Gabinete do Comandante do Exército.
Novembro passado foi marcado, também, pela indicação de Sergio Moro para o ministério de Bolsonaro, na pasta que reúne Justiça e Segurança Pública. Logo após aceitar o convite, o então juiz federal (agora exonerado) afirmou que levaria para sua equipe profissionais que conheceu durante sua atuação na Operação Lava Jato; a intenção se confirmou, aumentando o número de paranaenses a compor os quadros ligados à nova gestão.
Natural de Maringá, no interior paranaense, Moro ganhou notoriedade em decorrência de ser o responsável pelo julgamento dos processos da Operação Lava Jato na 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, especializada em crimes financeiros, de lavagem de dinheiro e praticados pelo crime organizado. Colaborou como juiz instrutor no Supremo Tribunal Federal durante o ano de 2012, onde auxiliou a ministra Rosa Weber.
Cursou o Program of Instruction for Lawyers na Harvard Law School, em julho de 1998, e possui título de mestre e doutor em Direito do Estado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). É autor de livros e artigos especializados na área jurídica e lecionou entre 2007 a 2016 como professor adjunto de Direito Processual Penal da UFPR. Hoje é professor contratado da graduação e pós-graduação do Unicuritiba.
Antes superintendente da Polícia Federal do Paraná, Valeixo é o novo diretor-geral da PF. Nascido em Mandaguaçu, é graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná e superintendente regional da PF no Paraná desde 2017 (posto que já havia ocupado entre 2009 e 2011). Também na Polícia Federal foi diretor de pessoal, diretor de inteligência Policial, e responsável pela Diretoria de Combate ao Crime Organizado (Dicor).
A delegada Érika Marena, que esteve no primeiro grupo de policiais federais a integrar a Lava Jato, em 2009, assume o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça.
Ela é natural de Apucarana. Após ter coordenado as investigações em Curitiba, deixou a operação para chefiar a área de combate à corrupção e desvio de verbas púbicas na PF de Santa Catarina e assumiu como superintendente regional em Sergipe. É formada em Direito pela Universidade Federal do Paraná.
Outro escolhido de Bolsonaro que apresenta ligações com o Paraná é o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez. Colombiano naturalizado brasileiro, o comandante da pasta mora em Londrina, no interior paranaense desde 2014. Na cidade, passou pela Universidade Estadual de Londrina e atualmente dá aulas na Universidade Positivo, onde integra o corpo docente do Direito e da Administração; também é o titular da cadeira de número 18 da Academia de Letras, Ciências e Artes de Londrina.
É formado em Filosofia pela Universidade Pontifícia Javeriana e em teologia pelo Seminário Conciliar de Bogotá. Além de lecionar na Universidade Positivo Londrina, Vélez é professor associado na Universidade de Juiz de Fora (MG); mestre em Pensamento Brasileiro pela PUC-Rio, doutor em Pensamento Luso-brasileiro pela Universidade Gama Filho e pós-doutor pelo Centro de Pesquisas Políticas Raymond Aron, de Paris. É autor de 30 obras.
Sandra Terena, natural de Curitiba, é a primeira indígena a assumir uma secretaria no governo federal. Alieté, como é chamada na aldeia do povo Terena fundada há 102 anos, no interior de São Paulo, da qual seu avô foi um dos patriarcas, já havia sido a primeira indígena a se tornar jornalista no país, em 2003.
Formada em Jornalismo pela Universidade Positivo e em Publicidade e Propaganda pela Unibrasil, tem pós-graduação em Comunicação Audiovisual pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
É conhecida no país por sua defesa dos povos indígenas, sendo presidente da ONG Aldeia Brasil há 13 anos. Produziu o documentário Quebrando o Silêncio – mais de 80 horas de gravação e três anos de pesquisa de campo –, no qual denuncia a omissão do poder público sobre a prática do infanticídio em aldeias indígenas, como no Xingu e no Amazonas.
Participou da criação da primeira aldeia urbana do Sul do Brasil, a kakané Porã, em 2008, em Curitiba. No final de 2013, Sandra Terena assumiu o posto de diretora no setor de Mobilidade Urbana da prefeitura de Curitiba. A partir de agosto de 2017 passou a integrar o quadro da Fundação Cultural de Curitiba.
Foi anunciada na quarta-feira (2) no comando da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.
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