O governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) vai esperar a volta do recesso parlamentar para que a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) vote a reforma administrativa do estado. Antes do início do mandato, circulava a informação de que Ratinho pediria ao presidente da Alep, Ademar Traiano (PSDB), para que convocasse os parlamentares para uma sessão extraordinária no dia 21 de janeiro. Se isso ocorresse, os deputados da atual legislatura votariam a reforma, já que os eleitos só tomam posse na Assembleia em fevereiro.
Em reunião nesta quarta-feira (2), porém, Ratinho decidiu esperar a volta do recesso e enviar o projeto somente quando a Alep já tiver a nova composição. “O governador quer fazer a proposta com tempo, para definir os últimos detalhes. Por isso, não há necessidade de convocar a Assembleia extraordinariamente”, disse à reportagem o líder do governo na Alep, Hussein Bakri (PSD).
A principal medida que precisa ser votada é a redução do número de secretarias, de 28 pastas para 15. Mas, segundo Hussein, serão vários projetos de lei versando sobre a reforma. Além disso, outra prioridade do governo é aprovar definitivamente as mudanças na legislação sobre Parcerias Público-Privadas (PPPs) no Paraná. “No segundo caso, só falta votar a redação final, então o projeto não sofrerá mais modificações”, explicou o líder.
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Composição da base
Para que tenha estes e outros projetos aprovados pelos deputados, Ratinho precisa costurar sua base na Alep. Segundo Hussein, o cenário é otimista. “Nós precisamos ter acima de 28 deputados, mas estimamos que poderemos contar com o apoio de no mínimo 35 parlamentares”, disse. No total, o Paraná tem 54 deputados estaduais.
De acordo com o líder do governo, já estão garantidos na base os representantes dos partidos que apoiaram Ratinho durante a eleição, mesmo que não fizessem parte da coligação (PSC, PSD, PV, PRB, PPS, PR e Podemos). Parlamentares de outras legendas, segundo Hussein, também devem integrar a base, como Plauto Miró (DEM), Ademar Traiano (PSDB) e Michele Caputo (PSDB).
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“A bancada do Francischini (PSL) também deve ficar com a gente. Ele e o Ratinho têm uma ligação história”, contou o líder do governo. Outros parlamentares, segundo Hussein, já se mostraram simpáticos à agenda do governador. “Deputados do PDT, ligados ao Osmar Dias, já sinalizaram a intenção de participar da base”, disse.
De qualquer forma, o líder afirma que ainda é preciso conversar com os deputados para costurar os apoios. “Vamos nos reunir com a nova bancada e construir a base. O cenário é positivo”, conclui.