De passagem por Brasília na quarta-feira (14) para um encontro entre governadores eleitos e o futuro presidente, Jair Bolsonaro (PSL), Ratinho Júnior (PSD) admitiu que a folha de pagamento é um “desafio” no Paraná e que pretende resolver a questão com “muito diálogo” com servidores. Um relatório divulgado na semana passada pelo Tesouro Nacional coloca o Paraná entre os estados que desrespeitaram o teto de gastos com pessoal – 61%, ante um limite legal de 60%.
“É preciso muito diálogo. Acredito que hoje os próprios servidores têm consciência do limite orçamentário dos estados. O Paraná não é diferente, não somos uma ilha, temos nossas dificuldades. Apesar disso, comparado a outros estados, estamos com as contas controladas”, afirmou Ratinho à imprensa, na entrada do encontro, que foi articulado por outros três governadores eleitos – Ibaneis Rocha (Distrito Federal), João Doria (São Paulo) e Wilson Witzel (Rio de Janeiro).
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Primeiro encontro sem pauta específica
A dificuldade financeira dos estados, especialmente com a folha de pagamento, e a necessidade de um novo pacto federativo foram o ponto central do encontro, embora seus articuladores tenham tentado dar ares menos pesados à reunião.
“É um primeiro encontro. Não tem uma pauta específica. Cada um vai expor seus principais problemas e a partir daí faremos pautas conjuntas e permanentes”, afirmou Ibaneis.
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Ratinho defende união dos estados
Alinhado a Bolsonaro, Ratinho reforçou a ideia de uma pauta conjunta dos estados, e também endossou a necessidade de rever o pacto federativo, mas alertou que não se trata de algo imediato. “Ele próprio [Jair Bolsonaro] tem dito que é mais Brasil, e menos Brasília. Então é preciso repensar a distribuição dos tributos. Mas não acredito que isso será resolvido no início do governo Bolsonaro. A discussão tem que ser aprofundada”, disse Ratinho.
Para o governador do Paraná eleito, “isso tudo passa pelas reformas, como a da Previdência Social”. “O governo federal também passa por dificuldades. Então isso tudo passa por reformas. Elas são fundamentais. O mundo inteiro faz Reforma da Previdência. A cada 30, 40 anos, tem que repensar a Previdência. O presidente tem dito que quer avançar nas reformas. E, nós, como governadores, temos que colaborar, para que se crie um ambiente favorável a isso”, indicou ele.
Um segundo encontro dos governadores eleitos deve ocorrer no 12 de dezembro.