À espera de que a Câmara iguale o salário dos deputados federais à nova remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de decreto legislativo, a Assembleia Legislativa do Paraná já trata como certa a extensão do aumento aos membros da Casa. Como o subsídio dos 54 deputados estaduais está estabelecido em 75% do que recebem os parlamentares de Brasília, o reajuste por aqui é visto como “automático”. O impacto aos cofres públicos será de quase R$ 3 milhões por ano.
Na última segunda-feira (26), o presidente Michel Temer (MDB) sancionou o projeto de lei que reajusta em 16,38% os salários dos ministros do STF. Com isso, o valor do vencimento subirá de R$ 33,8 mil para R$ 39,3 mil, que passa a ser o novo teto de remuneração do funcionalismo público no país. O aumento – cujo impacto será de R$ 5 bilhões em 2019 − era reivindicado pela Corte desde 2015 para, segundo a categoria, repor perdas acumuladas entre 2009 e 2014 por causa da inflação.
LEIA TAMBÉM: Conheça os nomes escolhidos por Ratinho Junior para o 1º escalão do Paraná
A medida provocará um efeito cascata nos três poderes pelos estados, uma vez que a remuneração paga pelo Supremo é usada como parâmetro nas legislações locais (veja abaixo o reflexo no Paraná). No caso da Assembleia Legislativa, o artigo 54 da Constituição prevê que os deputados estaduais podem receber até 75% da remuneração de um parlamentar da esfera federal. Uma lei estadual, porém, suprimiu esse limite e fixou a remuneração na Assembleia no teto. O texto da Lei 15.433/2007 diz que o salário dos membros do Legislativo paranaense é “fixado em 75% do que perceberem, em espécie, os deputados federais”.
Portanto, em questão de algumas semanas, a remuneração dos deputados estaduais saltará de R$ 25.322,25 para R$ 29.470,04. O aumento terá um custo de quase R$ 224 mil por mês e de cerca de R$ 3 milhões ao ano, levando-se em conta o 13º salário.
LEIA TAMBÉM: Governo do Paraná tenta barrar na Justiça reajuste nas tarifas de pedágio
Posição da Assembleia
Por meio da assessoria de imprensa, o presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), informou que a sanção do reajuste ao STF é muito recente e, por isso, ainda não discutiu com os demais deputados a revisão dos salários na Casa. Segundo ele, o tema será debatido no momento oportuno. O tucano ainda ressaltou que, entre 2015 e 2017, a Assembleia devolveu R$ 684 milhões em economias ao governo do estado – o valor da devolução deste ano ainda não está fechado.
Há duas semanas, porém, em entrevista ao portal Bem Paraná, o tucano disse que o reajuste seria automático na Casa. “Normalmente, quando se aplica esse aumento salarial em Brasília, a reposição é automática (nas assembleias). Não vejo razão para não aplicar, até porque estamos diante daquilo que a lei determina”, afirmou.
Ao ser questionado se os parlamentares poderiam abrir mão do reajuste já que os servidores estaduais vão completar três anos sem reposição salarial, Traiano evitou comentar o assunto. “Não posso afirmar antes de falar com os deputados.”
Eleição sem Lula ou Bolsonaro deve fortalecer partidos do Centrão em 2026
Saiba quais são as cinco crises internacionais que Lula pode causar na presidência do Brics
Elon Musk está criando uma cidade própria para abrigar seus funcionários no Texas
CEO da moda acusado de tráfico sexual expõe a decadência da elite americana
Deixe sua opinião