Apesar de ter perdido força, a greve dos caminhoneiros ainda deve provocar impactos no Paraná. Entidades ligadas ao setor produtivo estimam que os reflexos da paralisação sejam sentidos por um período entre 5 e 15 dias em todo o estado, dependendo do segmento de atuação. A expectativa, portanto, é de que o abastecimento não seja normalizado antes da metade da próxima semana.
“A normalização não vai ocorrer imediatamente quando liberar [as rodovias dos pontos de bloqueio]. Tem muitos setores que estão sem insumos, muitos estoques já acabados. A normalidade vai ocorrer em cerca de 15 dias e não vamos tirar o prejuízo”, disse o presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo.
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Após o anúncio da Confederação Nacional dos Transportadores Autônimos (CNTA) – de que os caminhoneiros ligados a suas 120 entidades sindicais sairiam da greve –, as forças de segurança atuaram, escoltando comboios e possibilitando que carretas passassem pelos pontos de manifestação. Para o setor produtivo, um ponto crucial é o restabelecimento do abastecimento de combustíveis, o que deveria ocorrer até quinta-feira (31).
Segundo o presidente da Federação das Empresas Transportadoras de Cargas do Paraná (Fetranspar), Sérgio Malucelli, o estado tem uma demanda de 23 milhões de litros de combustíveis por dia, mas apenas 40% desse volume estava nos postos até a tarde de quarta (30).
“A prioridade é primeiro abastecer as cidades, para que a mobilidade seja restabelecida. A partir daí, levaremos uns cinco dias para que o quadro se normalize”, disse Malucelli.
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Em Curitiba, o abastecimento de combustível praticamente foi regularizado. O diesel para os caminhões que transportam a produção e insumos da indústria agropecuária também foi distribuído na quarta-feira.
Os pontos de preocupação dizem respeito à região Sudoeste do Paraná – onde, segundo a Fetranspar, há a ação de “uma minoria radical” que dificultou o fim dos bloqueios – e os pontos da BR-116 que fazem a ligação do Paraná com Santa Catarina e com São Paulo.
Prejuízos
Segundo a Fiep, outro impacto sentido é de ordem econômica. A federação estima que a paralisação causou um prejuízo de R$ 3 bilhões às mais de 50 mil indústrias do Paraná. O presidente da entidade afirma que entre 70% e 80% dessas empresas chegaram a interromper completamente a produção.
O setor de moagem de trigo, por exemplo, ficou 100% parado em decorrência da greve dos caminhoneiros.
“Cerca de 90% das nossas indústrias vão ter dificuldade para pagar os salários. Ficamos parados um terço do mês, em um prejuízo irrecuperável”, disse Campagnolo.
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