Durante a cerimônia de entrega de 14 vans para as universidades estaduais do Paraná, realizada nesta quarta-feira (5), o governador Beto Richa (PSDB) adotou um tom bem mais ameno que o que vinha sido empregado para falar sobre a relação do governo com as instituições de ensino. No início de junho, Richa chegou a dizer que o reitor da Universidade Estadual de Maringá (UEM) estaria sendo irresponsável e desonesto ao dar declarações sobre a situação financeira das universidades depois de o governo ter contingenciado recursos das instituições que não aderiram ao sistema único de gestão financeira, chamado Meta4.
Durante o evento desta quarta-feira, o governador afirmou que não é um problema de ordem técnica que vai fazer com as relações entre o governo e as universidades fiquem estremecidas. Ele disse que o relacionamento com os reitores é o melhor possível.
“Imagino que alguns devem estar aqui se perguntando se não tinha azedado essa relação; de forma alguma. Às vezes alguns setores da imprensa querem acirrar os ânimos, muitos querem sangue, mas, da minha parte e dos reitores também, jamais vão conseguir nos colocar uns contra os outros. Todos estamos do mesmo lado, que é o lado dos interesses legítimos do Paraná”, afirmou.
LEIA MAIS: TCE-PR explica cálculo de custos nas universidades, mas ainda pairam dúvidas
Quanto custa um aluno nas universidades do Paraná? Não é R$ 9 mil por mês
Leia a matéria completaO discurso parece mais suave também por parte dos reitores que, mesmo assim, ainda não têm consenso sobre a adesão ao Meta4.
A reitora da Universidade Estadual de Londrina (UEL) afirmou que a instituição tem um sistema interno de gestão financeira que dá conta de todas as atividades internas e de seus controles. “Entendemos que o Meta4 não atinge a questão da transparência, então nós podemos aprimorar a transparência por outros mecanismos e manter o sistema interno, buscando a autonomia universitária”, afirmou Berenice Jordão.
Apesar da posição da UEL seguir a mesma, a reitora contemporizou e afirmou que a instituição busca o entendimento com o governo. “Estamos abertos ao diálogo para resolver o quanto antes; não interessa ao estado, não interessa a nós, universidades, não mantermos o diálogo. Tenho certeza que em pouco tempo este impasse estará resolvido”, disse.
Já o reitor da Unioeste, Paulo Sérgio Wolff, relatou que a universidade considera aderir ao sistema proposto pelo governo.
“Nós marcamos hoje [quarta, 5] à tarde uma reunião com a Unespar, que já está no Meta4, marcamos também uma reunião com o pessoal da Secretaria de Administração para conhecermos o serviço do Meta4 e, juntos, nos reunirmos e conversarmos com o pessoal da Unioeste sobre os prós e contras do sistema”, afirmou.
“A sociedade cobra que haja transparência, o Meta4, de repente, pode auxiliar a trazer melhor esta transparência. O único receio que nós temos é que isso tire a nossa autonomia em governos que estão por vir, que não respeitem nossa universidade e que através desse monitoramento financeiro, cerceie nossa universidade”, avalia Wolff.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”
Deixe sua opinião