Após determinação da Justiça, o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) foi transferido do Regimento de Polícia Montada Coronel Dulcídio, no bairro Tarumã, em Curitiba, para o sistema prisional do estado, na manhã desta quinta-feira (31). Agora ele ficará detido no Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais, na região metropolitana, cumprindo prisão preventiva na Operação Integração, juntamente com outros presos da Lava Jato.
A vaga foi solicitada ao Departamento Penitenciário do Estado (Depen), que confirmou a informação à Gazeta do Povo.O CMP é o único estabelecimento prisional da região que atende aos requisitos para a prisão, de acordo com o Depen.
O ex-governador foi transferido do regimento da PM por volta das 10h, escoltado por agentes da Polícia Federal que chegaram ao local minutos antes, em dois veículos da corporação. A informação é de que o político foi deixado no presídio de Pinhais por volta de 10h40.
Richa, denunciado na Operação Integração, nega irregularidades. A investigação apura um suposto esquema de corrupção em contratos de pedágio no estado.
Como foi a prisão
Na sexta-feira (25), quando foi preso, Richa foi levado para o regimento da Polícia Militar sob a alegação de que não havia vagas disponíveis na carceragem da Superintendência da Polícia Federal. O Ministério Público Federal questionou o local da prisão por “não possui os rigores de estabelecimentos prisionais quanto a controle de visitas e restrição de comunicação” e pelo fato de Richa ter sido governador do estado, assim “tendo exercido poder hierárquico e disciplinar em face dos integrantes da Polícia Militar do Estado do Paraná”.
Por seu lado, a defesa de Beto Richa defendeu a permanência do tucano no Regimento de Polícia Montada, alegando a possibilidade de retaliações caso fosse levado para o sistema prisional do Estado, também pelo fato de ter sido governador do Paraná.
Sabe-se que a advogada de Richa, Antonia Lélia Neves Sanchez, interferiu para que o ex-governador do Paraná ficasse preso no Regimento da Polícia Montada. A informação, comunicada inicialmente em ofício enviado pela PF ao juiz federal Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Criminal de Curitiba, foi confirmada pela própria profissional.
A advogada disse à Gazeta do Povo que solicitou a prisão no local porque o tucano “já havia ficado preso lá” e porque se trata de um local compatível com a “dignidade do cargo público” que o preso ocupou.”
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