Ao comentar pela primeira vez os grampos telefônicos em que é atacado por Aécio Neves (PSDB-MG), o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni (PSDB), disse que, se o senador mineiro afastado voltar à presidência nacional do partido, ele deixará a legenda. Ao falar ao vivo no Facebook na noite deste domingo (4), o tucano ainda negou que tenha tido a atenção chamada pelo governador Beto Richa (PSDB) por ter criticado Aécio. “Babaca, não, minha filha. Ela faltou com respeito aos paranaenses”, finalizou Rossoni, em relação ao modo como foi chamado pela irmã do parlamentar em um dos áudios interceptados pela Justiça e divulgados pela Gazeta do Povo na última quarta-feira (31).
Ouça as polêmicas ligações telefônicas de Aécio sobre Rossoni clicando aqui.
No dia 16 de abril, também pelo Facebook, Rossoni disse estar decepcionado com Aécio diante das denúncias à época de que ele teria contas no exterior e afirmou que, se isso fosse confirmado, o mineiro teria de deixar o comando do PSDB ou ele se desfiliaria da legenda. Na sequência, o parlamentar foi avisado das declarações pela irmã, Andrea Neves, que se referiu ao chefe da Casa Civil como um “cara babaca do Paraná”. Então, foi a vez de Aécio telefonar a Richa, pedindo que ele cobrasse Rossoni pelo caso e que o vídeo fosse retirado do ar. Tudo foi interceptado com autorização da Justiça.
Agora com Aécio vivendo um momento ainda mais conturbado depois da delação da JBS, em que foi afastado da presidência do PSDB nacional e também do mandato de senador, Rossoni disse que não iria tripudiar diante da situação delicada do parlamentar e também da irmã, que está presa. Mas afirmou que não muda “um centímetro” da posição externada há quase dois meses.
O homem forte de Richa declarou ainda que Aécio poderia ter ligado diretamente para o seu. “Eu teria dito: ‘Se você deve, tem que pagar. Você não tem o direito de manchar a imagem do nosso partido, fundado sob seriedade por homens intocáveis da história deste país’”, afirmou. Apesar de dizer que torce para que o mineiro prove inocência, Rossoni garantiu que, ainda que Aécio seja inocente mas volte ao comando do partido, ele deixará o PSDB. “Já senti que vai ficar um ranço, nós vamos nos estranhar e atrapalhar o partido nacionalmente.”
Já sobre um eventual puxão de orelha de Richa, que foi cobrado por Aécio nas ligações interceptadas pelo Judiciário, Rossoni afirmou que o governador teve uma posição de estadista e respeitou a opinião do seu principal secretário. “Não fui chamado a atenção. Ele apenas me perguntou o que falei no vídeo eu disse a ele que externei que não aceitava o que estava ocorrendo com o Aécio. E estou aqui para colaborar. A partir do momento em que não ajudar mais, vou embora.”
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