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No começo do ano, papéis da companhia atingiram valor histórico | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
No começo do ano, papéis da companhia atingiram valor histórico| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo

Uma informação que circulou no mercado financeiro nesta sexta-feira (1º) provocou aumento de 4,72% nas ações da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). Durante o dia, os papéis – que, na abertura da bolsa, valiam R$ 73,99 – chegaram a alcançar R$ 79,31, o que representaria alta de 7,19%. As ações terminaram esta sexta-feira valendo R$ 77,50.

De acordo com Adeodato Netto, estrategista-chefe da Eleven Financial, a alta refletiu uma expectativa do mercado financeiro em relação à política de reajustes da Sanepar. “Os investidores esperam que o governo encurte o período para a revisão tarifária, antecipando o fluxo de caixa”, explica.

Em 2017, a Agência Reguladora do Paraná (Agepar) definiu que um aumento de 25,63% na tarifa de água fosse escalonado em oito anos. A expectativa dos investidores, portanto, é de que o Executivo estadual – principal acionista da Sanepar – decida reduzir esse período, aplicando o reajuste de forma mais rápida.

Ratinho e Sanepar desmentem mudança

Durante o dia, chegou a circular por sites especializados a versão de que o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) teria se encontrado com investidores e sinalizado a mudança. A assessoria de Ratinho, no entanto, informou à reportagem que os únicos compromissos desta sexta-feira (1º) na agenda do governador eram as posses dos novos deputados estaduais, na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), e da nova cúpula diretiva do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Ainda segundo a assessoria, durante a semana ele também não teve encontros para tratar de assuntos da companhia.

Em resposta aos rumores, a Sanepar divulgou um fato relevante (espécie de comunicado) para informar o mercado sobre o assunto. O texto diz que a empresa segue as determinações da Agepar, e que a companhia não apresentou estudos ou pleitos a respeito desse assunto. Diz, ainda, que a Sanepar manterá o mercado informado sobre o tema.

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O motivo do reajuste escalonado

O aumento nas tarifas praticadas pela Sanepar é, de acordo com a empresa, uma consequência de políticas adotadas durante a gestão de Roberto Requião (MDB). No governo do emedebista, não houve reajuste durante cinco anos.No período em que os preços ficaram represados – de 2005 a 2010 –, a justificativa de Requião era de garantir valores mais baixos aos consumidores, especialmente aos de baixa renda.

A partir do governo de Beto Richa (PSDB), entretanto, os valores começaram a subir, sempre acima da inflação. Em 2011, a primeira autorização para que a Sanepar reajustasse as tarifas provocou aumento de 16%. Entre 2011 e 2017 o reajuste foi de 123,96% – bem acima da inflação do período, que ficou em 47,49%, e também do que corresponderia ao IPCA dos anos em que a tarifa ficou congelada (100,12%). Em 2018, novo reajuste foi aplicado, de 5,12%.

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Em novembro do ano passado, a companhia justificou os aumentos à Gazeta do Povo , afirmando que não aplicar os reajustes prejudicaria o plano de universalização de saneamento, com a possibilidade de que a Sanepar ficasse inadimplente nos contratos firmados com as prefeituras.

Se não são bem vistas pelos consumidores, as mudanças na política de preços da companhia agradam, por outro lado, aos investidores. O começo do governo Ratinho Junior apontou otimismo do mercado financeiro em relação à empresa, já que os papéis da companhia atingiram valor histórico.

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