Nos fundos do Palácio Iguaçu – na ala até há pouco tempo desocupada da vice-governadoria, que foi reservada para o processo de transição –, uma equipe de cerca de 30 pessoas se preparava, na tarde de sexta-feira (28), para assumir as salas da frente, a partir de terça (1º). Em meio a um agitado entra e sai de futuros secretários, divididos em grupos menores de reunião, os indicados por Ratinho Junior (PSD) decidiam as primeiras medidas a serem tomadas no início de governo, enquanto também estavam sendo escolhidos os últimos nomes para compor o primeiro escalão.
Na prática, estavam sendo definidos quais cargos seriam preenchidos e quais seriam acumulados pelos secretários já anunciados, até que seja concluída a reforma administrativa pretendida pelo próximo governador.
Ratinho Junior preferiu não nomear mandatos-tampão. Assim, a organização administrativa segue em suspenso, até que a Fundação Dom Cabral conclua os estudos e apresente uma proposta de estrutura de governo. A reforma também precisa passar pela Assembleia Legislativa. Num primeiro momento, a ideia é convocar os deputados estaduais, ainda durante o recesso, a partir de 20 de janeiro, para votar a mudança da composição das secretarias.
NOMES: Veja quem são os escolhidos para o 1º escalão
As demais etapas, que incluem mudanças na organização de institutos, fundações e autarquias, ficariam para o que está sendo chamado de 2ª onda da reforma. Para isso, a Fundação Dom Cabral ainda precisa ser contratada. O futuro secretário-chefe da Casa Civil, Guto Silva, confirmou que será necessária uma licitação para as próximas fase da reformulação – a primeira foi custeada pelo G7, grupo que reúne as principais entidades do setor produtivo. Guto Silva acredita que será possível alegar “notório saber” para a inexigibilidade da concorrência.
A expectativa é que seja desenhado não só um organograma geral, mas também novos fluxos de trabalho. “O objetivo é reduzir a máquina e ganhar em eficiência e agilidade”, comenta Guto Silva. “Isso significa não só mexer na concepção das secretarias, mas alterar as ilhas de poder.”
Não há data para a reformulação total
Não há uma data estimada para que toda a reformulação seja concluída. Ainda devem ser anunciados os nomes para o comando da Ferroeste, do Simepar, da Receita Estadual e do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem), além de, mais futuramente, o responsável pelo escritório de representação em Brasília. Os demais postos não preenchidos passam a ser exercidos interinamente, de forma acumulada, pelos secretários indicados.
Já se sabe, por exemplo, que a área ambiental será uma das mais impactadas. Temporariamente, Marcio Nunes, escolhido para ocupar a nova Secretaria de Sustentabilidade Ambiental, deve acumular também o comando do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Instituto de Terras, Cartografia e Geologia (ITCG) e Instituto das Águas. Contudo, segundo Guto Silva, o futuro governo trabalha com a expectativa de que todas as estruturas atuais sejam tocadas unicamente pela nova secretaria de Sustentabilidade Ambiental.
Outra área que teve o comando concentrado foi a da Emater, do Iapar e do Centro de Agroecologia, sob a responsabilidade de Natalino Avance de Souza. Momentaneamente, a Rádio e a TV Educativa ficam sem comando autônomo e passam a responder à Secretaria de Comunicação e Cultura.
Arquivo Público, Imprensa Oficial e Paraná Edificações também ficam sem diretores, e os secretários de Gestão Pública, Casa Civil e Desenvolvimento Urbano, respectivamente, assumem a responsabilidade pelas decisões oficiais de cada estrutura.
Agência irá concentrar decisões de investimento
Surge, com força, a Agência Paraná de Desenvolvimento, chamada pelos integrantes do novo governo sempre pela sigla APD. A estrutura já existe na organização administrativa, mas tinha papel secundário e deve passar a ter função central no governo. Comandada pelo até então empresário Eduardo Bekin, ex-sócio do antigo Shopping Total - hoje Shopping Ventura -, a agência deve concentrar as decisões de investimentos no estado.
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