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Deonilson Roldo, ex-secretário do governo Richa | Daniel Caron/Gazeta do Povo
Deonilson Roldo, ex-secretário do governo Richa| Foto: Daniel Caron/Gazeta do Povo

Um diálogo gravado com uma suspeita de direcionamento de licitação - que veio a público há um mês, envolvendo o ex-secretário Denilson Roldo, do primeiro escalão do governo Beto Richa (PSDB) - não foi entregue ao Ministério Público Federal (MPF). Em nota, à época, o órgão informou que havia solicitado o arquivo original, que seria periciado.

Passado um mês, em reposta a um questionamento da Gazeta do Povo, o órgão informou que ainda não teve acesso ao conteúdo solicitado. O MPF informou que recebeu uma cópia do áudio, mas que esperava ter acesso ao conteúdo original para conferir a veracidade.

No áudio, o ex-chefe de gabinete e ex-secretário de Comunicação do governo estadual pede um “entendimento” a Pedro Rache, diretor-executivo da Contern, empreiteira interessada em realizar a duplicação da PR-323. Em troca, oferece uma composição em possíveis negócios da Copel que envolviam o Grupo Bertin, dono da construtora em questão. “Espero que a gente possa construir um caminho positivo e interessante para os dois lados”, diz Deonilson ao interlocutor.

A conversa sugere que a obra bilionária prevista para o Noroeste do estado estava prometida à Odebrecht. O MPF investiga as negociações da empresa com o governo estadual, uma vez que delações de ex-executivos da empresa apontam que dinheiro de campanha foi entregue a representantes do então governador, pelo interesse em estreitar laços e garantir a vitória na licitação da obra.

Um consórcio comandado pela Odebrecht venceu a disputa, como único concorrente, para fazer aquela que seria a primeira Parceria Público Privada (PPP) do Paraná. O acordo, que envolvia uma combinação de cobrança de pedágio e pagamento pelo governo em troca da realização de obras, acabou não sendo efetivada.

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