A saída dos profissionais cubanos do programa Mais Médicos irá impactar 187 cidades do Paraná. Em 117 destas cidades, a decisão de encerrar a parceria entre os governos do Brasil e de Cuba significará, num primeiro momento, tirar todos os profissionais do Mais Médicos. Em outros 70 municípios há tanto cubanos quanto médicos de outras nacionalidades atuando no programa.
Já os demais municípios do Paraná não devem ser impactados por dois motivos. Dos 399 municípios paranaenses, 106 não fazem parte do programa federal. E em outras 106 cidades há profissionais do Mais Médicos, mas nenhum vindo de Cuba – portanto, sem previsão de qualquer impacto.
As vantagens de participar do Mais Médicos
Para as prefeituras, participar do Mais Médicos significa gastar bem menos do que custaria contratar profissionais. É que os municípios ficam responsáveis por bolsas de auxílio – suficientes para custear alimentação, hospedagem e transporte – e o governo federal arca com os salários dos médicos.
Segundo Cristiane Pantaleão, presidente do Conselho Estadual de Secretarias Municipais de Saúde do Paraná (Cosems-PR) e secretária municipal de Saúde de Ubiratã, ainda não é possível calcular o impacto que a saída dos cubanos terá no atendimento à população em tantas cidades do Paraná.
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A cidade mais afetada deve ser Ponta Grossa, que conta com 60 profissionais do Mais Médicos, sendo 56 cubanos. Segundo a prefeitura, eles representam 75% da força de trabalho nas unidades básicas de saúde. Ainda estão sendo avaliadas medidas alternativas para, em caráter emergencial, não deixar a população desassistida.
De acordo com informações do governo cubano, o retorno dos médicos começa no dia 25 de novembro e vai até 25 de dezembro. Contudo, já na próxima semana, o atendimento deve ser interrompido.
Paraná chegou a ter 700 médicos cubanos
Na primeira fase da parceria entre Brasil e Cuba, entre 2014 e 2017, o Paraná chegou a ter 700 médicos cubanos. Atualmente são 458 vindos da ilha caribenha atuando no estado. No total, o Paraná conta com 933 profissionais do programa Mais Médicos, sendo que há também 216 formados no Brasil e 259 chamados de intercambistas (brasileiros formados no exterior ou estrangeiros de demais nacionalidades).