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Foto da exposição foi projetada no telão da Câmara de Curitiba durante a sessão desta segunda-feira (9). | Reprodução
Foto da exposição foi projetada no telão da Câmara de Curitiba durante a sessão desta segunda-feira (9).| Foto: Reprodução

O vereador de Curitiba Thiago Ferro (PSDB), bispo da igreja Sara Nossa Terra, enviou um requerimento à prefeitura de Curitiba questionando o Executivo sobre a presença de crianças na exposição Colagem Expandida, do Clube da Colagem de Curitiba, que acontece no Museu Municipal de Arte, no Portão. A exposição integra a programação da Bienal de Curitiba, que começou no dia 30 de setembro e de cuja festa de abertura – realizada no Palácio Iguaçu – participaram, entre outras autoridades, o governador Beto Richa (PSDB) e o prefeito Rafael Greca (PMN).

No requerimento feito à prefeitura, o vereador questiona quais critérios foram adotados para estipular a classificação indicativa da exposição; se há um responsável por comunicar essa informação ao público; se houve divulgação da exposição para escolas municipais e se houve visita de grupos escolares à exposição.

Na justificativa do pedido, Ferro diz que “a referida exposição foi visitada e contém conteúdo impróprio para menores”.

“A arte é livre, porém a inocência das nossas crianças deve ser preservada. O intuito da proposição é receber informações a respeito do assunto para que nossas crianças não sejam atingidas por tais conteúdos”, diz.

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Críticas

Na sessão plenária desta segunda-feira (9), o vereador subiu à tribuna da Câmara para falar sobre o tema. “Essas exposições, em algumas situações, têm passado do limite e do bom senso”, afirmou o parlamentar enquanto projetava imagens da exposição – censuradas com tarjas pretas – no telão do plenário.

Thiago Ferro relatou que entrou em contato com a Fundação Cultural de Curitiba, queixando-se do fato de que não havia nenhum tipo de restrição de idade à exposição. Segundo ele, menos de duas horas depois de sua ligação à Fundação, foi afixado o aviso de que a mostra é desaconselhável para menores de 18 anos. Além disso, Ferro informou que as visitas de escolas à exposição que estavam programadas foram canceladas.

A obra que gerou críticas do vereador é a instalação Sociedade Anônima: Arquivos da Comunidade de Lixo, do artista plástico Amorim. Segundo o autor, a imagem projetada trata-se de quatro fotos de dimensões diminutas – de 2,5 x 3 cm – que ficam no canto direito de uma das colagens que fazem parte da instalação. Na avaliação de Amorim, o parlamentar tirou as imagens do contexto e lhes deu uma dimensão muito maior do que realmente têm.

Bancada evangélica

O vereador é filho do também bispo Cirino Ferro, que foi o responsável por trazer a Igreja Sara Nossa Terra a Curitiba e atualmente preside o Conselho de Ministros Evangélicos do Paraná, responsável pela organização da Marcha para Jesus.

Na Câmara, o parlamentar, que está no primeiro mandato, tem sido um dos mais ativos representantes da bancada evangélica. Ele é um dos autores do projeto Escola Sem Partido, e também da versão municipal do projeto “Infância sem Pornografia”.

Proposta semelhante

No Paraná, essa não é a primeira vez que parlamentares entram na discussão sobre o acesso de crianças a exposições de arte desde a polêmica que foi criada em torno da exposição Queermuseu, exposta no Santander Cultural, em Porto Alegre. O deputado estadual Ricardo Arruda Nunes (PEN), ou Missionário Arruda, apresentou um projeto na Assembleia Legislativa restringir a entrada de crianças e adolescentes em eventos artísticos e culturais no Paraná.

Também na Alep, o deputado Alexandre Guimarães apresentou uma proposta para regulamentar a obrigatoriedade de apresentação de classificação indicativa em exposições de arte e eventos culturais no Paraná.

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