Um dia depois de ser acusada de ter ficado com parte do salário de assessores, a vereadora Katia Dittrich (SD) – conhecida como “Katia dos Animais de Rua” – usou a tribuna da Câmara de Curitiba para, em um pronunciamento rápido, se manifestar sobre as denúncias. A parlamentar disse que “talvez tenha errado apenas amando demais as pessoas” e que só deve algo aos bichos que resgatou.
“Eu sou ativista e protetora dos animais há 11 anos. Nesses 11 anos, eu resgatei mais de 1,2 mil animais. Então eu levo sempre comigo o olhar de cada um deles. Se devo alguma coisa a alguém, é a eles [aos animais]. Se estou aqui hoje é por causa deles”, disse a vereadora.
Katia Dittrich se disse indignada com a denúncia e adiantou que “as providências serão tomadas”. A vereadora também espera ser isentada das acusações. “Eu tenho plena consciência que eu estou tranquila com relação a esse anúncio [às denúncias dos ex-assessores]”, destacou.
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Entenda o caso
As acusações vieram à tona na terça-feira (15), quando seis servidores que trabalharam na Câmara no primeiro semestre deste ano apresentaram uma denúncia formal contra Katia Dittrich. Segundo eles, a vereadora exigia para si parte do salário dos comissionados lotados em seu gabinete.
Do seis ex-assessores que subscrevem a denúncia, dois afirmaram ter repassado valores para a parlamentar, dois teriam sido demitidos por se negarem a participar do esquema e os outros são testemunhas que corroboram os fatos expostos.
Em uma entrevista concedida com exclusividade à Gazeta do Povo, um dos ex-assessores afirmou que a abordagem feita para exigir os repasses era feita pela vereadora em reuniões que ela chamava de “confessionário” – em alusão ao programa Big Brother, da Rede Globo. Dessa reunião, além da vereadora e do assessor, participava também Marcos Whiters, marido de Katia Dittrich que não é servidor da Câmara Municipal, mas, segundo a denúncia, teria papel importante na rotina do gabinete.
Segundo as denúncias, a vereadora pedia valores que variavam entre R$ 1,5 mil e R$ 5 mil e a forma de abordagem e repasse variava de acordo com cada servidor. Esse repasse era exigido dos assessores que ocupavam os cargos com os maiores salários do gabinete. Na denúncia, os servidores apresentaram dois comprovantes de transação bancária que totalizam R$ 6 mil.