Os vereadores de Curitiba aprovaram, na manhã desta segunda-feira (26), a proposta de reajuste de 3% para os servidores municipais da capital. O projeto também modifica definitivamente a data-base para outubro. Foram 27 votos favoráveis e dez contrários (veja como votou cada vereador abaixo). Agora, a proposta ainda precisa passar por uma segunda votação e ser sancionada pelo prefeito Rafael Greca (PMN).
A votação de hoje foi marcada por protestos de servidores municipais, que ficaram do lado de fora do plenário acompanhando a sessão. A Câmara conseguiu, na Justiça, um mandato proibitório impedindo que os servidores atrapalhassem os trabalhos (invadindo o plenário, por exemplo) ou fizessem algum tipo de confusão. O descumprimento da decisão acarretaria em multa de R$ 50 mil reais aos sindicatos.
O presidente da Casa, Serginho do Posto (PSDB), afirmou que a medida é necessária porque o prédio da Câmara é um imóvel histórico. “Na última invasão, no ano passado, o prédio sofreu danos e tivemos que gastar dinheiro público para fazer os reparos. Não estamos proibindo ninguém de acessar à Casa, apenas estabelecendo um limite”, disse.
Conflitos entre base e oposição
Além do protesto dos servidores, a sessão também foi marcada por conflitos entre vereadores da oposição e da base do prefeito Rafael Greca. Isso porque, minutos antes da sessão, o líder do prefeito, Pier Petruzziello (PTB), protocolou um substitutivo assinado por outros parlamentares. O novo texto continha apenas quatro alterações técnicas mas, com a sua aprovação, as emendas que haviam sido apresentadas ao projeto inicial pelos demais vereadores não foram votadas.
Entre as emendas apresentadas pelos parlamentares da oposição estavam propostas de reajuste superiores a 3%, chegando até 9,48% (valor que corresponde à inflação no período), e também a suspensão da mudança na data-base, que tradicionalmente acontece em março. Segundo os parlamentares, a preocupação é que, em anos eleitorais, o Executivo não conceda reajuste salarial aos servidores.
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“Houve uma manobra da base do prefeito para evitar a discussão. A votação das emendas, que nos interessava, foi perdida. Votamos contra a admissão do substitutivo, mas a base do prefeito é mais numerosa”, criticou Noemia Rocha (MDB), líder da oposição ao prefeito na Casa.
Pier Petruzziello rebateu defendendo o substitutivo e o reajuste. “É o que podemos fazer nesse momento. Curitiba vai além, faz um sacrifício enorme, e concede os 3%. O que me indigna é que, quando a cidade está aumentando o salário do servidor, existem sindicalistas protestando do lado de fora, liderados pela oposição”, afirmou o líder de Greca na Câmara.
Agora, o projeto será votado pela segunda vez na sessão de terça-feira (27). Se a oposição conseguir juntar 13 assinaturas até amanhã, poderá apresentar emendas ao substitutivo. Caso contrário, o texto será votado como está. Até o término da sessão desta segunda, ainda faltava uma assinatura para que emendas pudessem ser apresentadas.
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