A decisão da governadora Cida Borghetti (PP) de oferecer apenas 1% de reajuste salarial aos servidores do Poder Executivo promete esquentar os ânimos na sessão desta terça-feira (26) na Assembleia Legislativa. Enquanto todos os demais órgãos e poderes do estado propuseram repor 2,76% aos funcionários, o governo alega não ter condições de pagar o mesmo índice. Diante disso, a oposição e o grupo de deputados liderado por Ratinho Jr. (PSD) - adversário de Cida na eleição de outubro - farão de tudo na tentativa de igualar os porcentuais.
Ao longo deste mês, a governadora se viu pressionada em duas frentes. Sem reajuste desde 2016, servidores montaram um acampamento em frente ao Palácio Iguaçu – sede do Executivo – exigindo pelo menos a reposição da inflação dos últimos dozes meses (maio de 2017 a abril de 2018). Além disso, os outros órgãos e poderes encaminharam para aprovação dos deputados proposta para revisar a remuneração de seus quadros em 2,76%.
Emparedada, Cida abriu negociação com o funcionalismo, em grande medida pelo tema envolver em torno de 284 mil servidores ativos, inativos e pensionistas, uma quantidade importante de eleitores no pleito de daqui a três meses. Mas, após inúmeras reuniões, ela anunciou nesta segunda-feira (25) que só tem condições de pagar 1% de reajuste – comissionados não terão direito ao benefício.
O PROJETO: veja o texto enviado pela governadora à Assembleia prevendo o reajuste de 1%
“Técnicos da Secretaria da Fazenda analisaram diversos cenários para avaliar o impacto do reajuste nas contas do estado. Este foi o índice possível para o momento. Vamos manter o diálogo franco, permanente e transparente com os servidores para avançar nas demandas, com responsabilidade e zelo com as contas públicas”, justificou a governadora.
Ao contrário da data-base da categoria (1º de maio), o reajuste valerá a partir da folha de junho. O impacto ao caixa estadual será de R$ 141,4 milhões até o final deste ano.
Queda de braço
Como os projetos dos outros órgãos e poderes já estão na pauta desta terça à tarde, a proposta do governo terá a análise acelerada nas comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Finanças para estar apta a ser votada em plenário junto com as demais. Mas isso está longe de significar que a matéria será aprovada.
Oposicionistas, deputados ligados a Ratinho e parlamentares da bancada intitulada “independente” sinalizam a apresentação de uma emenda ao texto elevando o reajuste para 2,76% e com pagamento retroativo a maio. Isso obrigatoriamente arrastaria a votação do projeto para a semana que vem, uma vez que a CCJ terá de reanalisar a proposta.
O grupo estuda ainda mais duas alternativas. Obstruir a votação abandonando o plenário, já que a sessão só pode seguir com 28 dos 54 deputados presentes. Ou, por fim, angariar votos suficientes para derrotar os projetos dos demais órgãos e poderes do estado – uma hipótese improvável, pois abriria uma crise institucional generalizada no Centro Cívico.
Governistas querem agora regular as bets após ignorar riscos na ânsia de arrecadar
Como surgiram as “novas” preocupações com as bets no Brasil; ouça o podcast
X bloqueado deixa cristãos sem alternativa contra viés woke nas redes
Cobrança de multa por uso do X pode incluir bloqueio de conta bancária e penhora de bens