Principal operador e delator da Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef foi condenado pelo juiz Joaquim Pereira Alves, da 3.ª Vara Criminal de Maringá, por envolvimento em supostos desvios na prefeitura da cidade paranaense. A pena é de 5 anos, 1 mês e 20 dias por “apropriar-se de bens ou rendas públicas, ou desviá-los em proveito próprio ou alheio”, segundo a denúncia.
Condenado a 122 anos na Lava Jato, Youssef teve sua pena reduzida pelo juiz da 13.ª Vara Federal, Sergio Moro, após firmar acordo de colaboração premiada. Ficou dois anos e oito meses preso em regime fechado. Em maio deste ano foi beneficiado pela progressão de regime e vai cumprir, até março de 2019, pena em regime aberto, com tornozeleira eletrônica e outras restrições como o recolhimento domiciliar noturno e nos finais de semana e feriados.
LEIA MAIS: Ministério Público pede ao TRF-4 que dobre a pena de Lula no caso do tríplex
Antes de ser capturado pela Lava Jato, Youssef foi detido três vezes por envolvimento em esquemas no Paraná de desvios na administração estadual e municipal entre os anos de 2000 e 2003.
No ano seguinte, foi capturado no esquema de corrupção conhecido como Caso Banestado. Ele foi identificado como um dos operadores das contas CC5 (de não residentes), usadas para remessa ilegal de mais de R$ 30 bilhões ao exterior, na década de 1990, por meio do antigo Banco do Estado do Paraná.
Em 2005, o doleiro fechou um dos primeiros acordos de colaboração da Justiça brasileira, como o Ministério Público Federal de Curitiba, homologado pelo juiz Sergio Moro. Condenado a sete anos de prisão, Youssef cumpriu 1 e meio. Em 2014 foi preso novamente e perdeu os benefícios da delação no caso Banestado. Seis meses depois fechou novo acordo, desta vez com a força-tarefa da operação Lava Jato.
Fraudes
Na denúncia que resultou em nova condenação de Youssef, o Ministério Público do Paraná apontou desvios de R$ 15,4 milhões na Prefeitura de Maringá entre 1993 e 1996, durante a segunda gestão do prefeito Said Felício Ferreira. As fraudes, segundo a Promotoria, eram feitas por meio da emissão de cheques, sacados da conta corrente do município em nome da Caixa Econômica Federal “e de laranjas”.
Na mesma sentença, também foi condenada a irmã do doleiro, Olga Youssef. Segundo a denúncia, ela teria sido responsável por uma casa de câmbio em São Paulo e teria recebido valores desviados. A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Alberto e Olga Youssef.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Enquete: como o Brasil deve responder ao boicote de empresas francesas à carne do Mercosul?
“Esmeralda Bahia” será extraditada dos EUA ao Brasil após 9 anos de disputa
Deixe sua opinião