O ex-ministro José Dirceu e o filho dele, o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), serão alvos de inquéritos autorizados pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os dois aparecem na segunda lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo o inquérito, informações apresentadas em delação premiada apontam que pai e filho teriam recebido, juntos, R$ 850 mil.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), José Dirceu e Zeca Dirceu foram mencionados em depoimentos prestados pelo executivo da Odebrecht, Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis. Nas delações, ele confirmou que Dirceu era identificado pelo codinome “Guerrilheiro”, que aparece nas planilhas da empresa. O executivo, de acordo com a denúncia, teria se reunido com o ex-ministro por diversas vezes, para tratar, entre outros assuntos, de contribuições para campanhas de Dirceu e de Zeca Dirceu, por meio de “caixa 2”.
Lava Jato: confira cobertura completa
O delator apontou o pagamento de R$ 350 mil a campanhas de Dirceu, “esclarecendo que os repasses eram feitos diretamente aos beneficiários, e não a Dirceu”. Além disso, o executivo declarou que, a pedido do ex-ministro, a Odebrecht repassou R$ 250 mil a campanhas de Zeca Dirceu, nos anos de 2010 e 2014, totalizando R$ 500 mil.
A assessoria de imprensa do deputado Zeca Dirceu enviou uma nota (confira a íntegra abaixo) para rebater a investigação aberta contra ele e o pai no STF.
Veja a nota de Zeca Dirceu na íntegra
O deputado federal Zeca Dirceu reitera que não há e nunca houve qualquer tipo de tratativa do parlamentar junto às diretorias da Petrobras e/ou às empresas investigadas na Lava Jato.
Apesar das inúmeras investigações em andamento há vários anos, não existe sequer uma única ligação, e-mail, contato, agenda de reunião, testemunho, delação ou coisa parecida em relação a qualquer atitude do parlamentar que o ligue ao assunto Petrobras / Lava Jato ou a qualquer tipo de ilegalidade.
É importante destacar, que nunca houve qualquer pedido do parlamentar a envolvidos na Lava Jato, fato já testemunhado por vários outros delatores e agora comprovado pelo próprio delator Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis.
Todas as doações recebidas nas campanhas de 2010 e de 2014 foram legais, declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral sem ressalvas.
Os nomes dos doadores são de conhecimento público desde 2010, divulgados constantemente pelos órgãos de imprensa.
O deputado reforça sua confiança no Supremo Tribunal Federal e no trabalho de investigação da Polícia Federal.
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