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Lula discursou na Praça Santos Andrade, em 28 de março, ao encerrar sua caravana pelo Sul e poucos dias antes de ser preso. A praça será palco do primeiro ato unificado das centrais sindicais em um 1.º de maio | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Lula discursou na Praça Santos Andrade, em 28 de março, ao encerrar sua caravana pelo Sul e poucos dias antes de ser preso. A praça será palco do primeiro ato unificado das centrais sindicais em um 1.º de maio| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

As principais centrais sindicais do Brasil organizam um ato único para o Dia do Trabalhador, neste 1.º de maio. É a primeira vez que as entidades decidem centralizar a comemoração da data. O motivo principal dessa mobilização conjunta inédita é a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está detido na sede da Polícia Federal em Curitiba.

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As centrais afirmam que vão exigir a liberdade de Lula e a volta de direitos que teriam sido extintos com a reforma trabalhista. Participarão do ato único a CUT, Força Sindical, CTB, NSCT, UGT, CSB e Intersindical. O evento começa a partir das 13h, na Praça Santos Andrade, no centro de Curitiba – que já é chamada de “Praça da Democracia” pelas centrais. Foi neste local que o ex-presidente Lula falou com a militância em suas passagens pela capital paranaense – quando foi interrogado pelo juiz Sergio Moro, ainda enquanto réu da Lava Jato, e quando passou com sua caravana pela região Sul.

A centralização do ato em Curitiba, no entanto, não significa que outras cidades e capitais ficarão sem manifestações. Há eventos marcados por todo o país. Em São Paulo, por exemplo, CUT e Força Sindical mantêm a tradição de realizar grandes atos, com shows diversos e até mesmo o sorteio de prêmios, como carros zero quilômetro.

Ato unificado é inédito

Os próprios sindicalistas estão considerando esse ato de 1.º de maio como histórico, já que é a primeira vez que as centrais decidem se reunir na data. A expectativa é de reunir milhares de pessoas – mas sem uma estimativa. De acordo com a CUT, Santa Catarina optou por não realizar atos no estado, para levar caravanas a Curitiba. Também estão confirmadas as caravanas de Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

Esse ato foi um dos motivos citados pela Polícia Federal (PF) ao encaminhar ofício à juíza Carolina Lebbos, da execução penal, e pedir a transferência de Lula da sede da instituição para outro local. Além dos gastos para manter o ex-presidente detido no local, estimados em até R$ 300 mil mensais, há um temor pela concentração de pessoas que podem vir até a capital paranaense no feriado. “Diante da circunstância da prisão do ex-presidente, todos os movimentos sociais e de trabalhadores estão se organizando para trazer para Curitiba o evento principal do feriado. Fala-se em uma concentração de até 50 mil pessoas”, diz o ofício, em trecho divulgado pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

Em declaração ao site da CUT, o secretário nacional de Comunicação da entidade, Roni Barbosa, ressaltou o ineditismo do ato lembrando que nem durante os governos de Lula e Dilma Rousseff, ambos do PT, as centrais se uniram em torno de uma pauta comum. Neste caso, é a liberdade de Lula. “É o reconhecimento do sindicalismo brasileiro aos avanços sociais que o governo Lula promoveu para os trabalhadores”, afirmou.

Em vídeo postado na página do evento no Facebook, Barbosa convida os trabalhadores a participarem do ato em Curitiba, que será a “capital nacional na defesa da democracia e pela liberdade de Lula”. Ele ainda diz que haverá apresentação de artistas e a presença de autoridades e sindicalistas do Brasil e de outros países.

A organização ainda não divulgou quais artistas estarão no ato, mas afirma que todos os presidentes das centrais, além de representantes de partidos políticos, estarão no ato. As frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo e entidades sindicais de outros países, principalmente do Cone Sul (Argentina, Paraguai e Uruguai), devem engrossar a manifestação participando de um ato político a partir das 16h.

Em São Paulo, ato terá sorteio de 15 carros zero quilômetro

O ato unificado não vai esvaziar outras manifestações do 1º de maio pelo Brasil. Em São Paulo, que costuma ser a “casa” dos grandes atos das centrais, pelo menos dois atos serão realizados: um é organizado pela CUT e outro, pela Força Sindical.

O evento da CUT – que é realizado em parceria com a CTB, Intersindical e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo – está marcado para a Praça da República, no centro de São Paulo. As bandeiras são a defesa da democracia, direitos, empregos, salários e aposentadorias, além de estar alinhada à luta pela liberdade de Lula. Entre as atrações confirmadas estão a banda Liniker e os Caramelows, Preta Rara, Leci Brandrão, Mistura Popular, André Ricardo, ala de samba Unidos de Santa Bárbara e os cantores do samba-enredo da escola Paraíso do Tuiuti, que desfilou um vampiro Michel Temer na Sapucaí este ano.

Já o ato da Força Sindical será realizado na Praça Campo de Bagatelle, na Zona Norte de São Paulo, e tem mais shows e sorteios. A central vai sortear 15 carros Hyundai HB20 zero quilômetro e vai levar ao palco o cantor Leonardo. Nego do Borel e as duplas Maiara e Maraísa e Simone e Simaria, entre outras atrações.

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