Crescimento acelerado, indicadores positivos, economia aberta e liberal. Todos esses predicados tornaram o Chile inspiração para o governo de Jair Bolsonaro (PSL), especialmente na área econômica. E, realmente, temos o que aprender com o país sul-americano. Os chilenos estão à frente do Brasil não apenas em indicadores econômicos, mas também em qualidade de vida e educação.
Conheça seis indicadores em que o Chile se sai melhor:
PIB per capita
Uma projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostra que o Chile deve fechar 2018 com PIB per capita, com paridade de poder de compra, em US$ 25.891,13. Se a projeção se confirmar, essa será a primeira vez que os chilenos ultrapassam o patamar de US$ 25 mil, um dos indicadores usados pela instituição para determinar a robustez das economias: a partir desse valor, o país pode ser incluído na lista das nações desenvolvidas. Essa projeção coloca o Chile no 63.º lugar de um ranking com 192 países. O Brasil aparece bem mais abaixo, com projeção de PIB per capita de US$ 16.111,56, na 84.ª colocação desse ranking para 2018. As projeções do FMI vão até 2023. Neste ano, o PIB per capita do Chile é estimado em US$ 31,5 mil. O do Brasil, US$ 19,2 mil.
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Qualidade de vida
Os chilenos também saem na frente quando o assunto é o desempenho no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), da ONU. O relatório de 2018 mostra o Chile na 44.ª colocação, com indicador de 0,843. O Brasil está na 79.ª posição, com 0,759. O ranking tem 189 países. Entre os parâmetros que compõem o IDH, o desempenho chileno é superior em praticamente todas as vertentes: eles vivem mais anos, estudam por mais tempo, sofrem menos com a violência e é um país menos desigual. Isso porque há um indicador da ONU que faz um ajuste com relação às desigualdades de renda, saúde e educação. Os dois países pioram seu desempenho nesse quesito – o Chile cai para 0,710, perdendo sete posições; o Brasil, 0,578, o que o coloca 17 posições atrás.
Educação
Tanto o Brasil quanto o Chile ainda têm muito o que melhorar quando se trata de educação. Ainda assim, o desempenho chileno é superior ao brasileiro. Os últimos dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) mostram que o Brasil se sai pior do que o Chile nas três áreas avaliadas: ciências, leitura e matemática. Os dois países têm desempenho pior que a média da OCDE. A última prova foi aplicada em 2015, em 70 países – o teste será feito novamente em 2018, com previsão de divulgação dos dados no ano que vem. Na média, os países da OCDE registram média de 493 pontos em ciências, também 493 pontos em leitura e 490 pontos em matemática. Nesta edição, o Brasil fez 401 pontos em ciências, 407 pontos em leitura e 377 pontos em matemática. Já o Chile anotou 447 pontos em ciências, 459 pontos em leitura e 423 em matemática.
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Competitividade global
O índice de competitividade global, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, avalia a competitividade nacional, definida por eles com base em um conjunto de indicadores das instituições políticas e fatores que influenciam a produtividade. Mais uma vez, os chilenos estão na frente dos brasileiros – e com folga. Em 2018, foram 140 países avaliados em 12 quesitos. O Chile ocupa a 33.ª posição do ranking, enquanto o Brasil está na 72.ª colocação. Além disso, eles avançaram uma posição em relação ao índice de 2017. Já o Brasil, perdeu três colocações.
Os chilenos são um dos países destacados no quesito de estabilidade macroeconômica – estão no topo deste indicador junto com outras 31 nações. Dos 12 quesitos avaliados, o Chile avançou em dez – só registrou declínio nos pilares sobre sistema financeiro e mercado de trabalho. O Brasil, por sua vez, não lidera nenhum desses quesitos e ainda decaiu em sete pilares: instituições, educação, comércio, mercado de trabalho, sistema financeiro, dinamismo de negócios e capacidade de inovação.
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Facilidade de fazer negócios
A facilidade de negócios não é característica brasileira, mostra o relatório Doing Business 2019, do Banco Mundial, que avalia quão fácil é abrir um negócio, o ambiente regulatório e toda as suas implicações em 190 países. O Chile ocupa a 56.ª colocação nesse ranking. O Brasil está na 109.ª posição.
O resultado chileno foi impulsionado por mudanças implementadas no último ano: ficou mais fácil abrir empresas por lá e executar contratos por causa da introdução de sistemas eletrônicos. O Brasil também teve destacadas algumas mudanças, como a reforma trabalhista e a implantação do e-Social. Mas, a burocracia brasileira ainda é um entrave para facilitar os negócios por aqui. No Brasil, empresas gastam 1.958 horas anuais com impostos, contra 296 horas no Chile. Para abrir uma empresa por lá, são sete procedimentos, que levam seis dias. Aqui, são 11 procedimentos distintos, que levam 18,5 dias.
Otimismo em relação ao país
Os chilenos são mais otimistas em relação à percepção do próprio país do que os brasileiros. Um levantamento da Ipsos com 24 países, o “Global Advisor: Beyond populismo? – Revisited”, perguntou a adultos de 16 a 64 anos se eles achavam que seu país estava em declínio. Para 67% dos brasileiros a resposta foi sim, o Brasil está em declínio. Foi o pior resultado entre os países ouvidos. Na outra ponta apareceram os chilenos: para 24% deles, o país está em declínio. Foi o melhor resultado da pesquisa.
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