Diante da denúncia de que Michel Temer (PMDB) deu aval para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), 87% dos brasileiros defendem que o presidente renuncie ao cargo. O dado é de um levantamento feito nesta quinta-feira (18) pelo Instituto Paraná Pesquisas.
O inferno de Temer teve início por volta das 19 horas desta quarta-feira (17) quando o jornal O Globo divulgou parte do conteúdo da delação de um dos donos do grupo JBS, Joesley Batista. O trecho mais comprometedor diz respeito a uma conversa gravada em março, em que o empresário diz ao peemedebista que estava dando a Cunha e a Lúcio Funaro, operador do PMDB da Câmara, uma mesada para que ambos permanecessem calados na prisão. “Tem que manter isso, viu?”, teria sido a resposta do presidente.
Confrontados com esse cenário, 86,9% se disseram a favor de que Temer deveria renunciar à Presidência da República. Apenas 8,7% afirmaram que não deve haver renúncia, enquanto 4,4% não souberam ou não opinaram.
No entanto, em pronunciamento na tarde desta quinta, o peemedebista afirmou que não abrirá mão do cargo. “Não renunciarei, repito, não renunciarei. Sei o que fiz e sei da correção de meus atos”, disse ele do Palácio do Planalto.
Em outra pergunta da pesquisa, 88,2% dos entrevistados se posicionaram a favor do afastamento de Temer − 7,6% são contra e 4,2% não souberam ou não opinaram.
Metodologia: foram ouvidas 2,8 mil pessoas de todo o país por meio de um questionário aplicado pela internet nesta quinta-feira, dia 18 de maio. O grau de confiança da pesquisa é de 95%, enquanto a margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos.
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