No dia em que o presidente Jair Bolsonaro fará uma visita oficial ao Chile, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, elogiou nesta quinta-feira (21) a política econômica adotada pelo ditador Augusto Pinochet e disse que ele “teve de dar um banho de sangue”.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, o ministro disse que as bases macroeconômicas estabelecidas pela ditadura chilena perduram até os dias de hoje no país sul-americano e que elas não foram alteradas nem por “oito governos de esquerda”.
“No período de [Augusto] Pinochet, o Chile teve de dar um banho de sangue. Triste, o sangue lavou as ruas do Chile, mas as bases macroeconômicas fixadas naquele governo... já passaram oito governos de esquerda e nenhum mexeu nas bases macroeconômicas colocadas no Chile no governo Pinochet”, disse.
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Segundo ele, no Brasil, para que ocorresse uma transformação, “só correu sangue do presidente”, em uma referência ao ataque a faca sofrido por Bolsonaro durante evento de campanha eleitoral promovido no ano passado, em Minas Gerais.
“No Brasil, infelizmente para o presidente, mas felizmente para toda a sociedade, para que a transformação chegasse neste momento, só correu sangue do presidente Bolsonaro, de mais ninguém. Mas, graças a Deus, ele está bem, está salvo, com a saúde em dia”, disse.
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No final da entrevista, diante das críticas de ouvintes, a emissora de rádio deu a oportunidade para que o ministro esclarecesse o que quis dizer com “teve de dar um banho de sangue”. Ele respondeu que apenas lembrou que o Chile teve uma “revolução sangrenta” e disse que, provavelmente, “a turma da esquerda se incomodou” por ele ter reconhecido “algum mérito no governo Pinochet”.
“O Chile, para poder ser o que ele é hoje, com US$ 24 mil de renda per capita ao ano, um país que tem absoluta independência, que tem prosperidade, que tem educação de qualidade, foram lançadas bases que permitiram que ele pudesse se consolidar”, disse. “E no Brasil, que o presidente teve de dar seu sangue? Ninguém ficou revoltado?”, questionou.
Bolsonaro desembarcou no Chile nesta quinta-feira e a previsão é de que só retorne ao Brasil no sábado (23). A programação inclui participação dele na Cúpula sobre Integração Sul-Americana e um encontro com o presidente Sebastián Piñera.
Na entrevista, o ministro defendeu a reforma previdenciária e disse que a expectativa é de que ela seja aprovada antes do recesso parlamentar, em julho. Ele pregou ainda a necessidade de um pacto nacional, superando, inclusive, diferenças ideológicas.