O doleiro Lúcio Bolonha Funaro, preso desde julho de 2016 pela Operação Sépsis, “está interessado” em fazer acordo de delação premiada, segundo o advogado Cezar Bittencourt, que deixou a defesa dele. Funaro é apontado como operador de propinas do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que também está detido. A negociação está sendo feita pelo Ministério Público Federal.
Bittencourt também defende o “homem da mala”, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) e ex-assessor especial do presidente Michel Temer, flagrado com R$ 500 mil em uma mala entregue por um executivo da JBS.
A irmã de Funaro foi presa na Operação Patmos, desdobramento da Lava Jato, em 18 de maio. Roberta foi filmada pela Polícia Federal recebendo valores do Grupo J&F, dona da JBS, em nome do irmão. Os pagamentos, segundo os delatores da J&F, seriam uma forma de comprar o silêncio de Funaro e evitar que ele assinasse um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal. O operador foi preso na operação Sépsis, em julho de 2016, com base na delação de Fabio Cleto, ex-vice presidente de Fundos e Loteria da Caixa.
Segundo Cleto, Funaro atuava em nome de Eduardo Cunha no recebimento de propina para liberação de aportes milionários do fundo do FGTS para grandes empresas, entre elas, a Eldorado Celulose, do Grupo J&F.
Alvo da operação Patmos, Roberta tem uma filha de 3 anos. No início de junho, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), colocou Roberta Funaro em prisão domiciliar. Para o ministro Fachin, a filha de 3 anos sustenta a possibilidade de prisão domiciliar desde que atendidas algumas providências. Entre elas, estão o uso de tornozeleira eletrônica, a entrega do passaporte e a proibição de contato com os demais investigados na Patmos.
Como Roberta também é responsável pela sua mãe, internada em hospital de São Paulo por conta de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), Fachin liberou que ela se encaminhe até o hospital pelo período de até quatro horas semanais.
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