A Procuradoria-Geral da República (PGR) deve apresentar nos próximos dias as alegações finais contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) na ação penal da Lava Jato em que ela é acusada de receber dinheiro da Petrobras para a campanha ao Senado em 2010.
O prazo para manifestação da PGR ocorre após o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), conceder prazo para que a equipe da procuradora-geral Raquel Dodge finalize os argumentos contra a senadora. Tão logo isso aconteça, o ministro já terá elementos suficientes para pautar o julgamento no caso.
Dodge já havia manifestado a Fachin que a ação penal fosse finalizada, solicitando “celeridade” no processo, e que não fossem realizadas novas diligências. No processo, a senadora e presidente nacional do PT é apontada como beneficiária de R$ 1 milhão de caixa 2 oriundos de contratos na Petrobras para abastecer a sua campanha eleitoral.
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A celeridade manifestada por Dodge, no entanto, não foi atendida pela defesa do ex-ministro e marido da senadora, Paulo Bernardo, que também é réu na mesma ação. Os advogados dele chegaram a solicitar mais prazo antes que a PGR de fato se manifestasse nas alegações finais, mas tal pedido foi negado pelo ministro do Supremo. “(...) Por tais razões, indefiro a diligência pretendida pela defesa técnica de Paulo Bernardo Silva, bem como a pretensão de concessão de prazo em dobro para o oferecimento das alegações finais”, apontou recente decisão do ministro Fachin.
Não há expectativa de que os procuradores peçam mais prazo para apresentar as alegações finais do caso. A equipe da procuradora Raquel Dodge acredita que não há nada mais a se acrescentar na presente investigação.
Gleisi, Paulo Bernardo e o empresário Ernesto Kugler Rodrigues são acusados dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os procuradores dizem que o dinheiro de caixa 2 destinado à campanha da senadora em 2010 foi pago pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
Este pode ser o primeiro caso a ser julgado na Suprema Corte no âmbito da Lava Jato. Dados da PGR apontam que há, só no STF, em relação a casos de corrupção que atingiram a Petrobras, cerca de 180 inquéritos em curso. O grupo de trabalho da Lava Jato na PGR conta, atualmente, com a coordenação do procurador José Alfredo de Paula Silva e atuação de mais de dez procuradores.
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