O corregedor do Senado, Roberto Rocha (PSDB-MA), enviará para a Polícia Federal todas as imagens das câmeras de segurança e dos celulares de senadores que registraram a votação para a escolha do presidente da Casa, no dia 2 de fevereiro.
Na eleição, havia um voto a mais depositado na urna do que o número de parlamentares (81). Esta votação foi anulada e a seguinte elegeu Davi Alcolumbre (DEM-AP) presidente do Senado. Gravações do circuito interno de TV do Senado colocaram ao menos seis parlamentares suspeitos de participação no escândalo da 82ª cédula surgida na eleição para presidente do Senado. Segundo a revista Crusoé, o senador Mecias de Jesus (PRB-RR) é o principal suspeito.
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Uma foto do voto do senador Mecias de Jesus a que a Crusoé teve acesso mostra o momento em que ele insere na urna um papel de superfície lisa e sem qualquer inscrição, diferentemente dos demais colegas. O envelope oficial de voto contém um brasão da República de um lado e, de outro, uma marca em que se lê Senado Federal.
O gabinete do corregedor informou que a foto do senador é elemento, mas não é suficiente para apontá-lo como principal suspeito. De acordo com o gabinete, é preciso aguardar perícia da Polícia Federal, como já havia sido acertado com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e com o diretor-geral da Polícia Federal, Mauricio Valeixo.
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Para Roberto Rocha, apontar qualquer suspeito pela fraude neste momento seria precipitado. O corregedor afirmou que é preciso cautela para que nenhuma suspeita seja usada como “espetacularização”, já que as investigações ainda estão em curso.
Somente depois que tudo for esclarecido, os responsáveis devem ser punidos. Segundo Rocha, se o responsável for um parlamentar, pode ser aberto um processo no Conselho de Ética. Se o responsável não for um senador, o Ministério Público poderá investigar o caso e um processo administrativo poderá ser aberto contra o servidor.
Quem é ele
Ex-deputado estadual por seis mandatos em Roraima, Mecias de Jesus ficou conhecido nacionalmente nas últimas eleições por ter tirado a vaga de Romero Jucá, que era senador desde 1995, por apenas 426 votos.
O senador Mecias de Jesus nega a acusação. Em nota, a assessoria do senador informa que ele não foi informado pela Corregedoria “sobre a suposta suspeição sobre seis senadores” ou sobre o andamento das investigações. “Mecias de Jesus está com a consciência limpa”, diz a nota.
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