O japonês da federal e o prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) são personagens do carnaval que passou. O “muso” dos compositores de marchinhas agora é outro: “Ele é uma figura que está no jornal diariamente. A gente acorda com ele quase todos os dias”, disse João Roberto Kelly, 79 anos, ao se referir ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes.
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O ministro foi “homenageado” em pelo menos três novas marchinhas. Kelly, que é autor de clássicos como “Cabeleira do Zezé” e “Mulata Iê-Iê_Iê”, lançou “Alô, Alô Gilmar” (“Alô, alô Gilmar/eu to em cana,/vem me soltar...”). Já os Marcheiros saíram com “Gilmar Soltou a franga” (“Gilmar soltou/Soltou a franga/Largou a ‘tonga’/E agora só anda de tanga...”).
O grupo Orquestra Royal também vai repetir o tema com “A Dancinha da Tornozeleira” (“Começou o carnaval do Gilmar/Liberou a brincadeira/Quero ver quem vai dançar/A dancinha da tornozeleira...”).
A inspiração, é claro, vem dos últimos habeas corpus concedidos pelo ministro, como no caso do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho; do ex-ministro dos Transportes Antonio Carlos Rodrigues, presidente do PR; e do empresário Jacob Barata Filho, o “rei do ônibus”. “A gente vive uma época do polarizada, tão direita e esquerda, que o Gilmar Mendes é o único personagem que pode unir todas as tribos. Ele pode ser motivo de brincadeira para quem está de qualquer lado do embate político”, disse Thiago de Souza, um dos compositores dos Marcheiros.
Kelly enxerga potencial em Gilmar Mendes, mas diz não saber se a marchinha sobre o ministro irá se eternizar como “Cabeleira do Zezé” é outras. Para ele, o segredo do sucesso é acertar na dose da crítica. “É uma brincadeira de carnaval, não pode ofender e nem passar dos limites. A marchinha pode tudo, mas sem ser agressivo”.
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