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Óleo diesel está aumentando por causa da alta nos preços do dólar e do petróleo | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Óleo diesel está aumentando por causa da alta nos preços do dólar e do petróleo| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O anúncio de novos preços para o óleo diesel, feito na quinta-feira à noite pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), começa a agitar lideranças ligadas aos caminhoneiros, que, em maio, bloquearam rodovias e fizeram uma greve que durou 11 dias

Segundo o órgão regulador, a maior alta, de R$ 0,3039 por litro, deve acontecer no Centro-oeste. A menor, R$ 0,2222, no Sudeste. Nesta semana, o preço médio nacional praticado para o consumidor era de R$ 3,373. 

A ANP atribui a alta a dois fatores: a desvalorização do real frente ao dólar – que nos últimos 30 dias superou os 8,6%, segundo a Bloomberg – e o aumento dos preços do óleo diesel no mercado internacional. 

A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), uma das responsáveis pelas negociações com o governo durante a mobilização de maio, informa que solicitou uma audiência à Casa Civil para discutir o aumento. Em nota assinada pelo presidente da associação, José da Fonseca Lopes, “a entidade entende que, independentemente do aumento no preço internacional, o Governo deve cumprir a Medida Provisória 838/2018 e manter a subvenção de R$ 0,46 do valor do diesel até o final do ano”. 

Segundo o dirigente, a associação se mantém vigilante no cumprimento no acordo realizado com o governo. “A Associação, que sempre acreditou no diálogo, fará o possível para evitar uma nova paralisação”. 

Ameaça

Outra entidade, a União dos Caminhoneiros do Brasil (UDC-Brasil), soltou um comunicado informando que “dentro de 10 dias fará uma mobilização nacional paralisando por tempo indeterminado com o único objetivo de chamar a atenção do governo federal (...) pelo não estabelecimento e não cumprimento da fiscalização da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e a devida e prometida ampla divulgação dos pontos de fiscalização como prevê a Lei 13.703”. 

A entidade justifica dizendo que a falta de fiscalização e atitudes práticas por parte do órgão fiscalizador têm trazido enormes prejuízos aos caminhoneiros autônomos do pais. “A ANTT não instituiu uma fiscalização eficaz na primeira tabela da Resolução 5.820 (que estabeleceu os preços mínimos dos fretes) e já está às voltas com outro aumento do diesel”. 

Os impactos da greve

A greve dos caminhoneiros teve profundos impactos sobre a economia brasileira. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial encolheu 11% em maio, comparativamente a abril. E em relação ao mesmo mês de 2017, a retração foi de 6,6%. As vendas no varejo se retraíram 5,1% se comparadas a abril. 

A paralisação dos caminhoneiros foi um dos fatores que contribuiu para o fraco desempenho do PIB no segundo trimestre, que teve um crescimento de 0,2% em relação ao primeiro e de 1% em relação ao mesmo período de 2017. 

“Os dois setores mais afetados pela paralisação dos caminhoneiros foram os que apresentaram maior retração: a indústria de transformação recuou 0,8%, enquanto serviços de transporte, armazenamento e correios recuaram 1,4%, ambos na variação trimestral dessazonalizada”, apontam os economistas Artur Manoel Passos e Alexandre Gomes da Cunha, do Itaú, em relatório distribuído a clientes e investidores.

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