O PTB de Roberto Jefferson parece não ter aprendido nada com o caso Cristiane Brasil, impedida pela Justiça de assumir o comando do Ministério do Trabalho por ter sido condenado na Justiça Trabalhista. Reportagem do jornal O Globo de quinta-feira (8) mostrou que um apadrinhado do partido, de apenas 19 anos, ocupa um cargo comissionado na pasta, de extrema responsabilidade, desde dezembro do ano passado. É ele quem libera pagamentos a fornecedores em contratos que chegam a meio bilhão de reais por ano, segundo a reportagem assinada pelo jornalista Vinícius Sassine.
Mikael Tavares Medeiros começou a trabalhar no Ministério do Trabalho dois meses antes. Foi nomeado coordenador de documentação e informação pelo então ministro Ronaldo Nogueira, do PTB, com salário de R$ 5,1 mil brutos. Depois passou a gestor financeiro, atribuição assinada pelo então secretário-executivo da pasta, Helton Yomura. Atualmente, Yomura é ministro interino da pasta.
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O pai do rapaz é delegado da Polícia Civil e preside um diretório do PTB na cidade de Planaltina de Goiás. Cristiomario de Sousa Medeiros é aliado do deputado Jovair Arantes (GO), líder do partido na Câmara Federal. Ao Globo, Cristiomario negou ter indicado o filho. Já o ministro Yomuda nem sequer quis comentar o assunto – encaminhado a solicitação da reportagem para a assessoria de imprensa da pasta. Já Mikael foi claro ao ser indagado: “meu partido me botou lá dentro”, disse.
Sobre a matéria do Globo, quero dizer que errou quem resolveu colocar um jovem inexperiente em um cargo importante no MTb; pedi ao ministro Helton Yomura que exonere esse rapaz. Esse ministério é "uma cabeça de burro enterrada" no partido.
— Roberto Jefferson (@blogdojefferson) 9 de março de 2018
Nesta sexta-feira (9), o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, disse, via Twitter, que pediu ao ministro do Trabalho – outro apadrinhado dele e filiado à legenda – que demita Mikael. “Errou quem resolveu colocar um jovem inexperiente em cargo importante” no ministério, escreveu o principal cacique do PTB, pai da deputada Cristiane Brasil, como se não tivesse nada com isso. E ainda fez troça sobre a questão: “esse ministério é ‘uma cabeça de burro enterrada’ no partido”. Como se isso fosse motivo para rir. A exoneração não havia saído até a publicação deste texto.
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