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| Foto: Sergio Lima/AFP

Em transmissão ao vivo na internet nesta quinta-feira (28), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) falou diretamente aos caminhoneiros sobre a nova política de preços do diesel da Petrobras. Nas últimas semanas, voltaram a circular nos grupos de WhatsApp da categoria chamados para uma nova paralisação, como a de 2018. A principal queixa é que os acordos feitos com o governo de Michel Temer ainda não haviam sido cumpridos, além da volta do aumento no preço do combustível.

No início da semana, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) confirmou que haverá uma carreata no próximo sábado (30). Um dos líderes dos caminhoneiros, Walace Landim, o Chorão, afirmou que representantes dos motoristas têm se reunido com o governo e esperavam um posicionamento público de Bolsonaro, ainda essa semana, sobre as reivindicações da categoria.

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No vídeo, o presidente lembrou que quando era pré-candidato esteve com os caminhoneiros que fizeram parte dos protestos de 2018. Bolsonaro falou sobre o prazo de mínimo de quinze dias para que o preço do diesel seja reajustado, medida anunciada pela estatal na última terça-feira (26).

É a terceira mudança desde que a política de preços foi estabelecida, em 2016. Em 2017, a estatal adotou ajustes diários, estratégia que foi criticada até por aliados do governo quando os preços dispararam no primeiro semestre de 2018 – os caminhoneiros pararam por 11 dias entre maio e junho.

Em janeiro, após o fim do programa de subvenção ao preço do diesel criado após a paralisação, a estatal decidiu segurar reajustes por prazos maiores.

Ainda assim, com a escalada dos preços internacionais do petróleo, o preço do diesel nas refinarias já subiu 18,5% em 2019, na comparação com o último valor de 2018. Nas bombas, a alta é menor, de 2,5%, mas o suficiente para alimentar a insatisfação dos motoristas.

Cartão caminhoneiro

No vídeo, o presidente também deu detalhes sobre a criação de um cartão pré-pago para a compra de óleo diesel. Segundo ele, a medida atende às reclamações dos motoristas sobre o frete. “O caminhoneiro reclamava que pegava o frete até Porto Alegre e, na volta, havendo a recomposição do preço do diesel, parte ou todo o dinheiro que tinha recebido era engolido pelo novo preço do combustível”, disse.

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O cartão deve começar a funcionar, de acordo com Bolsonaro, em até 90 dias. Ele explicou que o caminhoneiro poderá parar em um posto, ‘encher’ o cartão com um valor equivalente a 500 litros de diesel e abastecer o tanque ao longo da viagem com o cartão. Com isso, a alta no diesel não iria impactar no valor negociado pelo frete. Segundo a Petrobras, o cartão será válido apenas para os postos BR.

Bolsonaro também prometeu novas medidas para a categoria na próxima semana. “Caminhoneiros, parabéns a vocês. E, com certeza, novas medidas serão adotadas semana que vem”.

Multas de ‘pardais’

Além das ações específicas para os motoristas de caminhão, o presidente afirmou que nesta semana cancelou o pedido de 8.000 novos radares eletrônicos, que ele chamou de “pardais”. “Por que queremos acabar com isso? É indústria da multa, é para meter a mão no seu bolso, nada além disso. Não vamos achar que meia dúzia de pessoas aqui em Brasília estavam preocupadas com você se acidentar”.

De acordo com o presidente, as concessionárias responsáveis pelas estradas com pedágios teriam descoberto uma forma de burlar a função dos radares e lombadas.

“Esse pessoal descobriu que poderia descontar nessas obras [pintura da estrada e melhoria nos acostamentos] o [valor] aplicado em monitoramento. E como o monitoramento ainda é feito? Via multagem eletrônica! Então você era duas vezes prejudicado: o dinheiro [do pedágio] não ia para a manutenção da estrada, mas ia para pagar as empresas que cobravam multa”, afirmou.

Boslonaro afirmou também que conforme acabarem as concessões das rodovias federais, os contratos não serão renovados.

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