Após ser condenado a nove anos e seis meses de prisão por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o ex-presidente Lula ainda tem outras pendências com a Justiça Federal do Paraná. Ele é réu em mais um processo decorrente da Lava Jato, que apura irregularidades em contratos firmados entre a Petrobras e a Odebrecht.
Segundo o Ministério Público Federal, parte da propina destinada ao PT pela Odebrecht foi investida na compra de um terreno para o Instituto Lula em São Paulo, ao custo de R$ 12,4 milhões. Nesse processo, Lula foi denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O caso está em fase de oitiva de testemunhas de defesa. Há somente mais duas audiências marcadas para 14 e 21 de julho. Depois, será a vez do interrogatório dos réus, o que garantirá um novo encontro entre o juiz Sergio Moro e Lula em Curitiba.
Moro x Lula, segundo round
Moro vai definir a data da nova audiência com Lula até sexta-feira (14). Será a segunda reunião entre os dois, mas com uma diferença: dessa vez, o ex-presidente ficará frente a frente com o juiz que o condenou a mais de nove anos de prisão. O primeiro depoimento de Lula a Moro foi em 10 de maio. Na ocasião, um grande esquema de segurança foi montado em Curitiba para receber o petista e garantir a segurança em protestos a favor e contra Lula. O acesso aos arredores do prédio da Justiça Federal, no Ahú, ficou restrito a moradores e profissionais de imprensa.
Depois de Moro: quem é o novo juiz linha-dura que está no caminho de Lula
O esquema de segurança custou R$ 110 mil aos cofres do Governo do Paraná. 1700 policiais participaram da operação, entre os dias 06 e 10 de maio. O helicóptero da Polícia Militar, usado para sobrevoar o prédio da Justiça Federal antes, durante e depois da audiência, realizou 16 horas de voo em cinco dias a um custo de R$ 2.500 a hora/voo. A ação também teve apoio da Prefeitura de Curitiba e do Exército Brasileiro. Nenhum incidente foi registrado.
Dentro da sala de audiência, Lula foi ouvido por aproximadamente cinco horas. Foi um dos depoimentos mais longos em três anos de operação Lava Jato. Ao juiz Sérgio Moro, o ex-presidente negou envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. Ele se disse vítima de “perseguição política” e reafirmou o interesse em se candidatar nas eleições presidenciais de 2018.
Terceira denúncia
Além da condenação e do processo que está em andamento, Lula ainda pode virar réu pela terceira vez no Paraná. Uma denúncia apresentada pelo Ministério Público ainda depende de análise de Moro. A acusação trata da reforma do sítio de Atibaia, no interior paulista. A força-tarefa acusa o ex-presidente de ter se beneficiado com mais de R$ 1 milhão em propina através de melhorias no sítio bancadas pelas empreiteiras Schahin, Odebrecht e OAS.
Somente a reforma da cozinha teria custado R$ 170 mil. Lula nega as acusações e, assim como no caso do triplex do Guarujá, afirma não ser o verdadeiro dono do sítio de Atibaia. A denúncia foi apresentada pelo MPF em 22 de maio e ainda precisa ser acolhida por Moro para Lula virar réu em mais uma ação da Lava Jato. Não há prazo para o juiz se manifestar sobre o caso.
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