Após confusão sobre aumento de imposto, Bolsonaro prestigia Paulo Guedes

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Depois de idas e vindas sobre um possível aumento do Imposto sobre Operações Financeiros (IOF) e sobre uma possível redução na alíquota do Imposto de Renda, o presidente, Jair Bolsonaro (PSL), prestigiou o seu ministro da Economia, Paulo Guedes. Em cerimônia de posse dos novos presidentes dos bancos públicos, Bolsonaro fez questão de ressaltar que Guedes é um “amigo”, que é a pessoa que entende de economia no governo e que ele teve total liberdade para montar o sua equipe econômica.

“Conheço um pouco mais de política que o Paulo Guedes e ele, com certeza, conhece muito mais de economia do que eu”, afirmou Bolsonaro durante a posse de Joaquim Levy, Pedro Guimarães e Rubem Novaes como, respectivamente, presidentes do BNDES, Caixa e Banco do Brasil.

“O ministro [Guedes] teve a liberdade de escolher todo seu primeiro escalão, sem qualquer interferência política. Os hoje aqui titulares (dos bancos públicos) escolheram todos os seus diretores”, complementou. Na sequência, deu um voto de confiança ao time.

“Acredito nessa equipe conduzida por Paulo Guedes para guiar o nosso destino. Se a economia vai bem são geradas mais oportunidades de emprego”, afirmou Bolsonaro. “Com essa grande equipe nós poderemos colocar o Brasil no local de destaque que ele merece.”

1.ª semana de governo foi conturbada

As declarações surgiram após uma primeira semana de mandato conturbada, principalmente na área econômica. Na sexta-feira (4), o presidente assinou um decreto estendendo os subsídios a empresas instaladas nas regiões Norte e Nordeste. O movimento foi visto como contraditório, já que o ministro Paulo Guedes sempre enfatizou a necessidade de diminuir os incentivos fiscais.

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Ainda na sexta, Bolsonaro afirmou que aumentaria o IOF para compensar o subsídio dado e que Paulo Guedes anunciaria em breve uma redução na alíquota do Imposto de Renda, como forma de não haver mudança na carga tributária. Durante toda a campanha, Guedes afirmou que não aumentaria impostos.

Horas depois, o secretário da Receita, Marcos Cintra, afirmou que o presidente cometeu um “equívoco” e que o IOF não seria aumentado e que mudanças no IR ainda estavam sendo discutidas. Depois, o ministro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, reafirmou o que Cintra havia dito.

Previdência

E, além do caso IOF e IR, uma fala de Bolsonaro sobre a Previdência fez com que muitos interpretassem que o governo estaria “batendo cabeça” sobre a reforma. Em entrevista ao SBT, o presidente afirmou que a idade mínima estabelecida seria de 62 anos para homens e de 57 para mulheres, sem dar mais detalhes se isso seria para o funcionalismo público e/ou privado. As novas idades seriam estabelecidas até 2022.

Teve quem interpretasse o anúncio de Boslonaro como uma tentativa de dar impressão de uma reforma mais branda – a de Temer previsa 65 anos para homens e 62 para mulheres. Houve, ainda, quem interpretou como uma reforma mais dura, com uma regra de transição muito curta – a de Temer previa um prazo mais longo.

Fato é que, até esta segunda-feira (7), a equipe econômica ainda não se pronunciou sobre o caso. A previsão é que os principais pontos do texto a ser enviado ao Congresso em fevereiro sejam apresentados a Bolsonaro nesta terça-feira (8), durante a reunião da equipe ministerial.