O estafe do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva abortou a ideia de iniciar uma nova caravana pelo país, em Curitiba, na próxima quarta-feira (13). Lula virá à capital paranaense para depor em processo da Operação Lava Jato em que é réu, e deve participar em seguida de ato político com apoiadores.
Segundo o presidente estadual do PT do Paraná, Dr. Rosinha, a ideia de uma nova caravana pelo Sul do país, repetindo jornada similar realizada no Nordeste do país, chegou a ser cogitada e discutida internamente por dirigentes do PT e apoiadores do ex-presidente. Entretanto, chegou-se à conclusão que o local ideal para o início de um novo giro de Lula pelo país seria Minas Gerais. De acordo com o presidente do PT-PR, ainda não há data ou itinerário definido.
Fontes consultadas pela Gazeta do Povo afirmam que o principal motivo é que Lula estaria fisicamente desgastado depois da caravana pelos nove estados do Nordeste, realizada entre os dias 17 de agosto e 5 de setembro. Rosinha, entretanto, negou que fosse este o motivo. “Ele está bem de saúde. Só achamos que o início em Minas seria melhor”, disse.
A assessoria do Instituto Lula negou que a caravana iniciada em Curitiba tenha sido cogitada. De acordo com o instituto, o ex-presidente deve retornar a São Bernardo do Campo, onde mora, após sua passagem pela capital paranaense.
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O ex-presidente vem a Curitiba para depor ao juiz Sergio Moro em processo no qual é acusado de ter aceitado a compra de um terreno, pela Odebrecht, para a construção da sede do Instituto Lula. Segundo denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o dinheiro utilizado na compra do terreno é oriundo de propina. O depoimento está marcado para as 14 horas.
Após o depoimento, Lula deve participar de um ato de solidariedade a ele próprio, organizado pela Frente Brasil Popular (um grupo de entidades sindicais e movimentos sociais), na Praça Generoso Marques. Segundo Rosinha, mais detalhes sobre a passagem de Lula por Curitiba serão definidos em reunião na noite desta segunda-feira (11), e divulgados na manhã de terça (12).
Momento delicado
O depoimento de Lula ocorre em um momento particularmente delicado para o ex-presidente. Na quarta-feira (6), o ex-ministro Antônio Palocci afirmou, em depoimento a Moro, que Lula teria um “pacto de sangue” com Emílio Odebrecht, que envolvia um pacote de propinas de R$ 300 milhões para diversos agentes públicos.
No mesmo dia, Lula foi denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR), junto com a ex-presidente Dilma Rousseff, por obstrução de justiça no caso de sua nomeação como ministro, em março de 2016. Nesta segunda-feira (11), o ex-presidente foi denunciado por corrupção pelo Ministério Público Federal (MPF), por suposta venda de medida provisória no caso Zelotes.
Além dessas denúncias e do processo sobre o qual deporá na quarta-feira (13), Lula foi condenado, em julho, a nove anos e seis meses de prisão por Moro por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. O ex-presidente atualmente recorre da decisão.
Ele também é réu em um terceiro processo da Lava Jato, envolvendo a compra de um sítio em Atibaia, e de outro processo da Operação Zelotes.
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