A exoneração de Sergio Moro do cargo de juiz federal, que aconteceu na última sexta-feira (16), esvaziou a intimação do corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins. Ele pretendia ouvir Moro e três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) sobre as decisões referentes à tentativa de soltura do ex-presidente Lula em 8 de julho pelo desembargador Rogério Favreto.
A audiência de Moro deverá ser cancelada porque a exoneração retira do corregedor nacional do CNJ a autoridade para aplicar qualquer punição disciplinar ao ex-juiz da Lava Jato. A exoneração do magistrado também afasta a possibilidade de uso político do CNJ para dificultar sua nomeação como ministro da Justiça e da Segurança Pública no governo Bolsonaro (PSL).
Investigação será concentrada em Favreto
Com a retirada de Moro, o foco da investigação administrativa ficará concentrado no juiz Rogério Favreto, principal personagem do episódio no Judiciário. Foi ele, no dia 8 de julho, um domingo, que concedeu uma liminar para soltar o ex-presidente Lula. O petista está preso desde abril na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, cumprindo a pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP).
A soltura só não aconteceu porque Moro, que estava de férias, impediu. Depois, o desembargador João Pedro Gebran Neto reafirmou a decisão de Moro. Além de Favreto e Gebran Neto, o presidente do TRF-4, o desembargador Thompson Flores Lenz, também será ouvido sobre o caso.
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