Após ter uma parada intestinal no sábado, o presidente Jair Bolsonaro foi para unidade de cuidados semi-intensivos no hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde está internado há uma semana.
Segundo o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, o presidente não deixará mais a internação na quarta-feira (6), como era previsto inicialmente. Segundo ele, Bolsonaro deve permanecer internado até, pelo menos, a próxima segunda-feira (11).
Segundo boletim médico divulgado nesta segunda-feira (4), o presidente teve febre na noite de domingo (3) e exames laboratoriais mostraram acúmulo de líquido na região onde estava colocada uma bolsa de colostomia.
“Apresentou, ontem à noite, elevação da temperatura (37,3 °C) e alteração de alguns exames laboratoriais. Foi iniciado antibioticoterapia de amplo espectro e realizados novos exames de imagem. Identificou-se uma coleção líquida ao lado do intestino na região da antiga colostomia. Foi submetido à punção guiada por ultrassonografia e permanece com dreno no local”, diz o boletim médico.
Reconstrução
Ele foi submetido a uma cirurgia de reconstrução do trânsito intestinal na segunda-feira (28) passada em decorrência de uma facada sofrida durante a campanha. Inicialmente, havia a previsão de alta em dez dias que seriam completados na quarta-feira (6).
No domingo, ele foi submetido a uma tomografia no abdômen que descartou complicações cirúrgicas. Como a Folha publicou, Bolsonaro teve uma paralisia no intestino, que provocou náuseas e vômitos neste sábado (2). Tecnicamente, a condição clínica é chamada de “íleo paralítico”.
As visitas continuam restritas, por orientação da equipe, e apenas a primeira-dama Michelle e um de seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), o acompanham.
A assessoria da Presidência havia informado se tratar de uma “reação normal e decorrente da retomada da função intestinal”, mas médicos ouvidos pela reportagem disseram que a situação poderia indicar uma piora no quadro clínico.
Embora o Palácio do Planalto tenha improvisado um gabinete ao lado do quarto do presidente para a realização de despachos, ele segue sem agenda nesta segunda e impedido de falar.
Segundo os médicos, o excesso de conversas provoca acúmulo de gases no abdômen e prejudica o processo de cicatrização.