A equipe do candidato do PT ao Planalto, Fernando Haddad, retirou do ar neste domingo um tuíte que criticava seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), por supostamente ter votado contra o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Procurada, a equipe do petista disse que Bolsonaro, na verdade, se absteve da votação, e por isso a postagem foi excluída. Haddad participou, neste domingo, de agenda com representantes do segmento de pessoas com deficiência.
“O deputado Jair Bolsonaro votou contra o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Acredito que ele tenha votado contra por falta de conhecimento. Ele não foi educado para compreender toda a diversidade humana e sua complexidade”, transmitiu o Twitter de Haddad, publicado também no domingo e retirado do ar pouco depois.
Embora a equipe de Haddad tenha dito que Bolsonaro se absteve, o blog Vencer Limites, do jornal O Estado de S.Paulo, apurou que o projeto foi aprovado por unanimidade, em votação simbólica. Nesses casos, o presidente da Câmara apenas pede que os deputados contrários ao projeto se levantem. Na votação da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, todos os parlamentares presentes permaneceram sentados, ao que se seguiu a proclamação do resultado.
História antiga
Em sua publicação deste domingo no Twitter, Haddad passou adiante uma história que já tinha sido publicada e desmentida nas mídias sociais ainda antes do primeiro turno. Em 4 de outubro, após o debate da Rede Globo, do qual Bolsonaro não participou por estar internado depois de levar uma facada em Juiz de Fora (MG), o candidato do PSL publicou um vídeo nas redes sociais em que disse ter sido vítima de “fake news” segundo as quais ele teria votado contra o projeto da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, que foi aprovada e concede benefícios a deficientes.
Um dos filhos do candidato, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), também presente à transmissão do dia 4, afirmou que na verdade eles votaram contra um destaque que tratava de orientação sexual e ideologia de gênero. “Era um jabuti, óbvio que não podíamos aceitar”, disse. O trecho a que ele se referia era o inciso VI do 4.° parágrafo do artigo 18 da lei, segundo o qual “As ações e os serviços de saúde pública destinados à pessoa com deficiência devem assegurar (...) respeito à especificidade, à identidade de gênero e à orientação sexual da pessoa com deficiência”. Depois da aprovação por unanimidade do texto-base do projeto de lei, houve a votação de destaques. Bolsonaro foi contra esse trecho específico, mas ele acabou mantido na redação final.
O candidato disse que “quem lançou essas fake news foi a mãe do Duvivier, garoto que tem um site onde ele esculacha os valores familiares, prega contra Jesus, contra evangélicos, aquele humor que não é sadio, que ninguém pode zombar da fé de ninguém”. A referência era à cantora e violinista Olívia Byington, mãe do escritor, ator e humorista Gregório Duvivier. Olívia havia feito uma publicação em sua conta no Facebook, e colocado o link com o resultado da votação do destaque, dando a entender que aqueles tinham sido os votos ao projeto de lei. A publicação viralizou e, posteriormente, em 2 de outubro, ela escreveu que estava “editando e corrigindo o post polêmico” com a informação falsa sobre a votação.
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