No embalo da popularidade de João Dória, e às vésperas da corrida eleitoral de 2018, partidos e movimentos populares de direita já começam sua busca pelo mais novo queridinho do cenário atual: a figura do político gestor. Em São Paulo, o Movimento Brasil Livre (MBL) já confirmou o apoio a uma eventual candidatura de Flávio Rocha, dona da rede de lojas Riachuello, ao governo do estado. E, embora o próprio empresário negue suas pretensões ao posto, a sinalização do MBL mostra uma tendência que deve se repetir em todo o país até o ano que vem.
Não por acaso, nomes como Roberto Justus e até mesmo do apresentador Luciano Huck já começaram a ser apontados como possíveis presidenciáveis com esse perfil mais empresarial do que político. E, no Paraná não deve ser diferente. Ainda que nenhuma grande figura do setor privado tenha demonstrado interesse em disputar um cargo público em 2018, a divisão estadual do MBL confirma que gostaria de encontrar alguém com um perfil semelhante ao de Dória para apoiar por aqui.
“O problema é que não temos ninguém assim no Paraná. Pelo menos, ninguém que tenha sinalizado”, aponta o coordenador estadual do movimento, Éder Borges. Segundo ele, o desafio é encontrar alguém alinhado ideologicamente ao grupo. “Queremos um bom gestor que tenha pensamento liberal da economia”.
E, apesar de o prefeito de São Paulo ter se tornado referência nesse modelo, a verdade é que esse discurso está longe de ser novo. Nas últimas eleições municipais, por exemplo, candidatos como Ademir Pereira (Pros) e Afonso Rangel (PRP) surgiram com uma postura semelhante. Antes deles, em 2014, Geonisio Marinho (PRTB) também veio da iniciativa privada com a promessa de levar a lógica empresarial para o governo do estado. Porém, nenhum deles conseguiu conquistar o eleitor. O que mudou?
De acordo com o coordenador nacional do MBL, Kim Kataguiri, a sociedade passou a demandar por candidatos com experiências bem-sucedidas na indústria para cargos do Executivo ao longo dos últimos anos. “Em 2018, as pessoas buscarão políticos capazes de incentivar o empreendedorismo e, portanto, gerar emprego e renda”. Para Kataguiri, portanto, se não trata de candidatos que sejam mais executivos que políticos, mas de políticos que tenham experiência em administrar. “Esse é o perfil que o país precisa no momento e é justamente por isso que incentivaremos a candidatura de grandes empreendedores, como Flávio Rocha, por todo o país”.
culpa da recessão
Para Éder Borges, líder do MBL no Paraná, o aparecimento desses “novos Dórias” é reflexo de um descontentamento da população com o modelo político atual. “O Brasil está em recessão. Os modelos antigos falharam e as pessoas não querem mais a velha política de sempre. Querem uma nova forma de gestão, com estado mínimo e transparência”, diz. Segundo ele, é preciso de alguém que gerencie o estado como uma empresa.
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