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 | Fotos: Henry Milleo/Gazeta do Povo; e Divulgação
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O bate-boca público entre o jornalista Reinaldo Azevedo e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal do Paraná, chegou ao campo político. O blogueiro acusa Dallagnol de estar preparando uma candidatura ao Senado Federal em 2018. Segundo Azevedo, o procurador concorreria ao cargo pelo Podemos, partido recém-criado e liderado pelo senador paranaense Alvaro Dias, que é pré-candidato à Presidência da República pela mesma legenda.

O boato de uma possível candidatura de Dallagnol circula no meio político há alguns meses. Publicamente, o procurador nunca negou o interesse em ingressar na vida política – razão número um da implicância de Azevedo sobre o tema – , o que o forçaria a abandonar o posto de procurador da República. Oficialmente, coube ao próprio MPF negar qualquer intenção do procurador em participar da próxima eleição. De acordo com o MPF, Dallagnol não foi procurado e nem conversou com representantes partidários e, portanto, a história não passa de especulação.

O Podemos também negou ter feito convite ao procurador. O partido disse que o trabalho de Dallagnol à frente da Lava Jato é de extrema relevância para o país, e por isso, não seria interessante que ele saísse do Ministério Público. O Podemos, no entanto, informou que, se em algum momento for do interesse do próprio Dallagnol se candidatar, as portas estarão abertas para recebê-lo na sigla.

Pesquisa de intenção de voto inclui Dallagnol

A revista Época noticiou, em março deste ano, um possível interesse do senador Alvaro Dias em contar com Dallagnol no Podemos. O parlamentar, no entanto, teria aconselhado o procurador a só se envolver com política após 2018 – justamente para não atrapalhar o trabalho da operação Lava Jato. Em todo caso, Dallagnol seria um nome atraente aos olhos de Alvaro Dias, segundo a publicação.

As especulações cresceram tanto a ponto de o Instituto Paraná Pesquisas incluir o nome de Deltan Dallagnol em uma pesquisa recente de intenção de voto dos paranaenses para o Senado. O procurador foi escolhido por 29,6% dos entrevistados e só ficou atrás do senador Roberto Requião, que alcançou 31,4%. Dallagnol apareceu na frente do governador Beto Richa (22,2%), do deputado federal Rubens Bueno (19,5%), do ex-prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (14,7%), da senadora Gleisi Hoffmann (11,3%), e do ex-prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff (8%).

Na mesma pesquisa, 11,4% dos entrevistados responderam que não votariam em nenhum dos nomes indicados. Outros 5% não souberam responder. O Paraná Pesquisas ouviu 2.207 eleitores em 63 municípios do estado, entre os dias 2 e 5 de julho. Em 2018, os paranaenses votarão em dois candidatos ao Senado.

Comentários sobre política

Dallagnol é bastante ativo nas redes sociais quando se trata de política: comenta e repercute os principais assuntos do país. Na semana passada, após o governo federal anunciar o aumento de impostos sobre os combustíveis, o procurador criticou a declaração do presidente Michel Temer de que a população “compreenderia” a medida: “Em 2018 vou mostrar toda a minha compreensão do que está acontecendo e dar minha resposta contra os corruptos, como cidadão, nas urnas”, escreveu o procurador.

Acusação e defesa

As divergências entre o chefe da Lava Jato no Paraná e o jornalista da rádio Band News e Rede TV se acirraram nesta semana com a acusação de Azevedo de que Dallagnol teria ingressado no Ministério Público Federal de forma irregular. O procurador nega qualquer irregularidade e diz que entrou para os quadros do MPF com o respaldo da Justiça.

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