Não foi só na boca do povo que a greve dos caminhoneiros caiu. O tema gerou comentários exaltados, irônicos e de tom crítico de pré-candidatos à Presidência da República, que se manifestaram por meio das redes sociais ou em eventos públicos nos quais compareceram.
A alta no preço dos combustíveis, a gestão da Petrobras e a incapacidade do governo Michel Temer de negociar uma solução para o fim da paralisação, que completou seis dias neste sábado (26), certamente vão virar tema da campanha eleitoral. Acompanhe a seguir o que alguns dos presidenciáveis disseram sobre a greve:
Jair Bolsonaro (PSL)
O deputado federal foi um dos primeiros a se manifestar sobre a paralisação. Em vídeo publicado nas redes socias, na segunda-feira (21), ele defendeu a paralisação e prestou "solidariedade" aos caminhoneiros. "Que vocês sejam felizes e alcancem realmente o objetivo que interessa para vocês e para todos nós, 200 milhões do lado de cá".
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No dia seguinte, em evento no Ceará, fez ponderações sobre os bloqueios nas estradas. "No primeiro momento eu vi que não houve bloqueio, e parece que agora está havendo. O bloqueio das estradas não é salutar. Para caminhões, 100% de apoio meu. Bloquear as estradas não".
Já nesta sexta (25), sem comentar em detalhes a determinação do governo de empregar as forças de segurança na desobstrução das estradas, exaltou o uso das Forças Armadas. "Mais uma vez o Exército sendo lembrado por aqueles que, em nome da governabilidade, assaltaram não só a Petrobras, como o Brasil"
Alvaro Dias (Podemos)
Em vídeo divulgado na internet na sexta-feira, o senador afirmou apoiar a greve. "Estimulamos essa prática. Vamos liberar produtos essenciais para que não se comprometa a vida das famílias". O vídeo foi gravado próximo ao setor de abastecimento de Betim, em Minas Gerais, onde ele mostrou a fila de caminhões parados na BR-381. "Queremos cumprimentar as lideranças dos caminhoneiros, porque esse não é um movimento político-partidário, é da categoria e tem apoio da população".
Dias criticou a política de preços dos combustíveis implementada pelo governo Temer e completou que houve oportunidades desperdiçadas de "administrar com competência essa situação, e não o fez". "Não praticamos preços compatíveis com os custos que temos no Brasil. Estamos praticando preços com base em preços internacionais, que favorece os acionistas da Petrobras, mas prejudica o brasileiro", afirmou.
Ciro Gomes (PDT)
O pré-candidato comentou o ato dos caminhoneiros em sua rede social na quinta-feira (24), quando criticou o aumento sucessivos dos valores nos combustíveis. "A alta dos combustíveis é uma aberração que praticamente nega a razão de ser da própria existência institucional da Petrobras. A política de preços adotada está equivocada e desrespeita a sua estrutura de custos. Toda a eficiência da Petrobras deve ser transferida para o interesse público brasileiro e é isso que nós vamos fazer", escreveu.
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Na sexta (25), Ciro comentou também os anúncios do governo para solucionar a crise. “A essência do problema é trazer o câmbio e o custo de Roterdã para a estrutura da formação de preços do Brasil, quando a única razão mais relevante para os valores estratégicos na institucionalidade de existir da Petrobras é ela imunizar o Brasil dos ciclos eternos de especulação do petróleo no mundo".
Marina Silva (Rede)
A pré-candidata falou do assunto em sabatina promovida pela Folha de S. Paulo, UOL e SBT na quinta-feira. Disse que o governo Michel Temer não se antecipou à crise e só reduziu o preço dos combustíveis "sob pressão política".
"Fazendo no olho do furacão, com a pressão política, a mensagem que passou externamente é que a Petrobras não está se comportando de acordo com as regras do mercado. E aí vai uma desvalorização das ações da Petrobras na ordem de 11%", disse Marina na ocasião.
Rodrigo Maia (DEM)
O presidente da Câmara dos Deputados tentou protagonizar uma solução para a greve dos caminhoneiros com a inclusão, de última hora, de uma emenda em que isenta o óleo diesel de PIS-Cofins. Porém, acabou numa sinuca com o equívoco nas contas apresentadas – inicialmente, disse que o impacto nas contas do governo seria de R$ 3 bilhões, depois corrigiu para R$ 9 bilhões.
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“Mas isso não é o mais importante. Foi irresponsabilidade do governo aumentar o PIS-Cofins. Estamos querendo ajudar a resolver o problema. O governo vai dobrar sua arrecadação só no diesel até julho e tem previsão de arrecadação extra de royalties, participação especial e bônus este ano na ordem de R$ 12 a 14 bilhões, isso apenas para o governo federal”, afirmou na quinta.
Geraldo Alckmin (PSDB)
O ex-governador só tocou publicamente no assunto na quinta, em um evento do qual participou em São Paulo. O tucano, contudo, se esquivou de opinar. Disse que não tinha "detalhes das repercussões das medidas" estudadas e negociadas pelo governo Temer e pela Petrobras.
Alckmin disse que, em momentos de volatilidade do preço do petróleo, é necessário "ter um colchão tributário". Como tem buscado fazer para vender seu peixe, destacou como ocorre no estado de São Paulo, estratégia para vender como pretende administrar o país. "No caso de São Paulo, temos a menor alíquota de diesel do Brasil. A alíquota de ICMS do diesel varia de 12% a 25%, temos de 12%".
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