Barroso considerou que sua retratação seria uma “boa oportunidade para enfrentar o racismo à luz do dia, mesmo o que se esconde no nosso inconsciente”.| Foto: Nelson Jr/STF

Bastante emocionado, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), se desculpou nesta quinta-feira (8) por ter chamado o ex-ministro Joaquim Barbosa de “negro de primeira linha”. Barroso fez o comentário na noite do dia anterior, durante discurso em homenagem a Barbosa, que teve seu retrato incluído na galeria de ex-presidentes da Corte.

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Barroso pediu a palavra logo no início da sessão do STF, que tem na pauta o julgamento de uma ação sobre cotas para negros nas vagas na administração pública federal. Segundo o ministro, a sua intenção era dizer que Barbosa se tornou “um acadêmico negro de primeira linha” para “celebrar uma pessoa que havia rompido o cerco da subalternidade chegando ao topo da vida acadêmica”, mas se manifestou de “modo infeliz”.

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“Não há brancos ou negros de primeira linha, porque as pessoas são todas iguais em dignidade e direitos, sendo merecedoras do mesmo respeito e consideração. Eu, portanto, gostaria de pedir desculpas às pessoas a quem possa ter ofendido ou magoado com esta frase infeliz. Gostaria de pedir desculpas, sobretudo, se involuntária e inconscientemente tiver reforçado um estereótipo racista que passei a vida tentando combater e derrotar”, disse o ministro com a voz embargada.

Ele afirmou ainda que foi aconselhado a não justificar a sua fala, pois desta forma daria mais visibilidade ao fato, mas considerou que a sua retratação seria uma “boa oportunidade para enfrentar o racismo à luz do dia, mesmo o que se esconde no nosso inconsciente”.