Cotado para disputar as eleições de 2018 como candidato, o ex-técnico da seleção brasileira de vôlei Bernardo Rezende, 57 anos, admitiu publicamente, pela primeira vez, que tem refletido sobre o assunto. Ele não descarta a possibilidade de ingressar de vez na vida política.
“A minha geração tem obrigação de criar um ambiente para que os jovens se interessem por esse mundo, que hoje passa por um sentimento de aversão, as pessoas não querem saber de política. Ao mesmo tempo em que tenho muito receio, ainda não tomei uma decisão sobre que passo dar, não consigo deixar de pensar no que fazer, eu preciso fazer alguma coisa”, disse ele nesta quarta-feira (9), em Curitiba, onde deu palestra a convite do partido Novo.
Bernardinho é filiado ao Novo desde abril e doou toda a arrecadação da palestra para o diretório estadual do partido, que não usa recursos do Fundo Partidário, por opção própria, e por isso, depende de eventos e doadores. Nos bastidores cogita-se que ele possa concorrer ao governo do Rio de Janeiro ou até mesmo à Presidência da República.
Mas, nas palavras do próprio treinador, não há nada definido. “As pessoas têm falado muito e eu tenho falado pouco. Tenho pensado muito. É um momento de reflexão”. No entanto, ele diz que quer contribuir com o país de alguma maneira. “Quando eu saí da seleção, recebi convites para ir embora, e fiquei pensando que ir embora agora seria um recado muito ruim. Não queria passar essa mensagem de que eu estava desistindo, eu quero contribuir de alguma maneira, trabalhar no sentido de mudar o país”, afirmou Bernardinho.
Na palestra, o tema principal não foi política, mas sim conceitos e ideias que ele foi reunindo ao longo da vitoriosa carreira no vôlei. Falou sobre liderança e motivação, por exemplo. Mas, por trás do discurso inspirador, já havia um tom político: Bernardinho falou sobre a importância de investir em saúde, segurança e educação para construir uma sociedade melhor; defendeu o Estado mínimo, interferindo apenas em caso de necessidade; e criticou o Fundo Partidário – “meu imposto não deveria ir para um candidato que eu não defendo; cada um deveria ser livre para investir no candidato que quiser”.
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Carismático, arrancou risos da plateia, que compareceu em bom número no Teatro Fernanda Montenegro, brincou e contou piadas. Citou o filho, o levantador da seleção brasileira, Bruno Rezende, como exemplo de liderança. E deixou claro ao público: não há um salvador da pátria. “Mas é possível reverter esse sentimento de decepção que os brasileiros têm com a política. Vivemos um momento de desesperança, mudanças são necessárias”.
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