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| Foto: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP

O secretário especial de desestatização e desinvestimento do governo, Salim Mattar, afirmou nesta terça-feira (29) que o BNDESPar deverá  ter todas as suas participações vendidas e, enfim, ser fechado nos próximos quatro anos do  governo Jair Bolsonaro. O BNDESPar é o braço financeiro do BNDES no mercado de capitais e, dentre dezenas de ativos, é o segundo maior acionista da Vale.

“Não há razão para o governo ter uma carteira de ações de empresas.  Vamos vender essas empresas e abater dívidas.  São R$ 110 bilhões em participação. No último governo vocês viram o que foi o BNDES.  Essa farra acabou. O BNDES agora é uma instituição de credibilidade que vai financiar as obras necessárias para o país mas de forma mais cuidadosa, profissional e ética”, disse em evento do banco Credit Suisse, em São Paulo.

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Segundo ele, o papel do BNDES será financiar infraestrutura e o médio empresário brasileiro que tem dificuldade de buscar recursos. Mattar aproveitou o anúncio para dizer que a instituição foi “assaltada nos últimos anos”, em referência aos governos petistas. 

Mattar evitou mencionar um cronograma das privatizações, Mas disse que a intenção é agilizar processos de privatização de 150 dias para 120 dias. 

Das subsidiárias da Petrobras que se pretende vender, o secretário também não entrou em detalhes. Disse que a presidência da Petrobras tem mais detalhes e que seu papel é de acompanhamento. 

“Eu tenho um panorama geral. As estatais brasileiras, Petrobras, Banco do Brasil e Caixa, deverão ao longo desses quatro anos se desfazer dos seus ativos e ficar um pouco mais magras e mais enxutas”, disse.

Ele considera exagerada a quantidade de empresas no ramo de seguros e avalia que não faz sentido o estado concorrer com seguradoras. “Nosso estado tem que ter melhores escolas e creches para os mais necessitados e segurança para sair na rua e caminhar a pé, quartos disponíveis em hospitais”, disse.

“A dívida nossa agora atingiu R$ 3,8 trilhões. Nós temos de estatais aproximadamente R$ 800 bilhões. De imóveis, nós temos R$ 1 trilhão, mas não dá para vender R$ 1 trilhão de imóveis. Talvez venda R$ 100 bilhões. O fato é que nós temos que reduzir a dívida e na hora que nós reduzimos a dívida sobra mais dinheiro para investir em hospitais e escolas”, disse. 

Questionado sobre as idas e vindas no processo da Eletrobras, inclusive com sinalização de oposição por parte do presidente Jair Bolsonaro, Mattar justificou que “princípio de governo é sempre assim e as pessoas às vezes não conhecem o tamanho do problema”, mas garantiu que o presidente é privatista e acredita que o estado deve ter o menor número possível de empresas, assim como o ministro da Economia Paulo Guedes.

Em entrevista a jornalistas após sua apresentação, Mattar não quis comentar sobre as suspeitas em relação às movimentações financeiras de Flávio Bolsonaro, filho do presidente. 

“Eu sou secretário de desestatização e desinvestimento. Eu prefiro que você faça essa pergunta para algum político, Casa Civil e tal. Prefiro não entrar nessa área”, afirmou.

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