Morreu na noite de sábado (5) o soldado da Polícia Militar do Rio Daniel Henrique Mariotti, 30 anos, que havia sido baleado durante a tarde em ação na Linha Amarela, via que liga as zonas norte a oeste da cidade. Na manhã deste domingo (6), o presidente Jair Bolsonaro citou o caso para reforçar apelo mudanças legais na área de segurança.
Mariotti foi o primeiro PM morto em combate no estado em 2019 – em 2018, foram 92. Ele foi baleado na cabeça enquanto tentava impedir assaltos na via. Chegou a ser levado com vida ao Hospital Geral de Bonsucesso, onde passou por cirurgia, mas não resistiu.
O soldado estava na corporação desde 2013 e deixa mulher e um filho de três anos.
Nas redes sociais, o presidente Jari Bolsonaro lamentou a morte e reforçou pedido de trabalho conjunto entre Legislativo, Executivo e Judiciário para “propiciar garantias de que o bem vença o mal”. “A caça aos agentes de segurança e o massacre de cidadãos de bem sempre foram tratados como números”, escreveu.
Na sexta (4), ele havia conclamado os eleitores a cobrar de deputados e senadores apoio a leis “que permitam que as forças de segurança possam atuar para efetivamente combatermos criminosos que aterrorizam cidadãos de bem no Brasil”.
Bolsonaro defende mecanismos legais para evitar que policiais envolvidos em confrontos com bandidos sejam processados, o chamado “excludente de ilicitude”, e já definiu que a AGU (Advocacia Geral da União) vai defender agentes de segurança em ações judiciais.
No fim do ano, o presidente anunciou que o governo vai editar decreto para facilitar a posse de arma e, na quinta (3), falou em flexibilizar também o porte de armas – autorização para carregar uma arma nas ruas.
Procura
A morte de Mariotti motivou uma operação integrada na manhã deste domingo (6) para localizar os autores dos disparos contra o PM. Desde as primeiras horas, policiais entraram em pelo menos seis comunidades da zona norte, com apoio de helicóptero e de carro blindado, em meio a rajadas de tiros. Foram deflagradas operações nas favelas do Arará, Mandela, Manguinhos, Morar Carioca, Bandeira 2 e CCPL.
Até 11h30, em balanço preliminar, a PM falava em quatro presos na Comunidade do Mandela, em Benfica, na zona norte. Em Manguinhos, na mesma região, cerca de meia tonelada de maconha foi apreendida pelos policiais.
PMs mortos
Em 2018, 92 PMs foram mortos no estado do Rio, segundo estatística da Polícia Militar. entre as vítimas, 24 estavam em serviço; 55 estavam de folga; e os 13 restantes eram reformados ou estavam na reserva. O número é menor do que em 2017, quando 134 PMs foram mortos no Estado.
A área de segurança do estado ficou sob intervenção federal entre fevereiro e dezembro, período no qual as ações foram comandadas pelas Forças Armadas. A intervenção reduziu o número de crimes contra o patrimônio, como roubo de cargas e furtos em geral, mas termina com recorde de mortes provocadas por policiais.
Até novembro, foram 1.444 vítimas, segundo dados do Instituto de Segurança Pública. O recorde anterior era 1.330, durante todo o ano de 2007. Com as ocorrências de dezembro, o número de mortos em confrontos em 2018 deve superar os 1.500.