Durante jantar em Washington na noite deste domingo (17), o presidente Jair Bolsonaro falou em reviver e fortalecer os laços com os Estados Unidos. Sentado ao lado do escritor Olavo de Carvalho e do ex-estrategista do governo Donald Trump Steve Bannon, Bolsonaro relembrou que as tropas brasileiras e americanas atuaram lado a lado em território italiano na Segunda Guerra Mundial e que a recepção do governo dos Estados Unidos é um reconhecimento do Brasil como um líder da América Latina.
LEIA MAIS: “Brazil Day in Washington”: Estratégia, ideologia e negócios na pauta de Bolsonaro e Trump
Segundo o porta-voz da presidência, general Otávio Rêgo Barros, Bolsonaro também citou a importância da relação econômica com os EUA, o segundo mercado para os produtos brasileiros, “reconhecendo que a diplomacia de fortalecer a democracia neste lado do Ocidente é importante, que aspectos relativos ao antigo comunismo não podem mais imperar”.
No jantar, organizado pelo embaixador brasileiro Sérgio Amaral, estiveram presentes os sete ministros que acompanham Bolsonaro nesta viagem, além de integrantes do movimento conservador americano. Bannon deixou a Embaixada do Brasil dizendo que “foi uma boa noite de estreia do Bolsonaro em que todos trataram de desafios e oportunidades para o Brasil”.
O jantar durou cerca de duas horas. Foram debatidas ideias para fortalecer as relações comerciais entre os dois países, reconhecendo que os Estados Unidos são o segundo mercado para produtos brasileiros. Aspectos de tecnologia e acordos militares também estiveram na pauta. O acordo para uso comercial do Centro Espacial de Alcântara, no Maranhão, será um dos tratados de cooperação bilateral que serão firmados na visita de Bolsonaro aos Estados Unidos.
“É verdadeiramente um Centro Espacial onde vamos poder contar e compartilhar tecnologias, e aproveitar o momento muito especial que é o preenchimento do espaço a partir de um ponto sensacional de lançamento que é a região de Alcântara”, falou o porta-voz da presidência.
Rêgo Barros preferiu não comentar as críticas feitas por Olavo na noite anterior, em Washington. Na ocasião, Olavo declarou que o governo Bolsonaro “não precisa mudar nada para ficar mal, é só continuar isso por mais seis meses e acabou”.
“As opiniões pessoais de quaisquer pessoas devem ser à elas direcionadas quando nós temos dúvidas sobre o que quis dizer”, disse o porta-voz. Bannon, que esteve com Olavo de Carvalho nas noites de sábado e domingo, disse que o tom do discurso do escritor brasileiro estava em uma “temperatura mais baixa” durante o jantar.
Despedida do embaixador
O jantar “espetacular” com uma entrada muito boa e um ótimo prato principal, assim elogiados pelo porta-voz da presidência, foi um dos últimos eventos promovidos por Sérgio Amaral como embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Apesar disso, Rêgo Barros não confirmou se o novo embaixador será nomeado durante esta viagem. “O presidente ainda fará os estudos necessários pra identificar quem será o novo embaixador, por reconhecer que esse é um posto de extrema importância pra mossa democracia. E por reconhecer que o nosso país por meio deste posto possa ser ainda mais reconhecido em âmbito mundial”.
Previdência dos militares
O porta-voz da Presidência disse que a proposta referente à previdência dos militares está pronta e nas mãos do ministro Paulo Guedes. Afirmou que o presidente confia no ministro da Defesa e que ambos já discutiram pontos essenciais da reforma. E que agora é esperar que seja apresentada ao Congresso.
Por enquanto, Bolsonaro não tem nenhum compromisso oficial marcado para a manhã desta segunda-feira (18) em Washington. De acordo com a agenda do presidente amanhã à tarde Bolsonaro irá se encontrar com o ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry “Hank” Paulson e depois participará do Painel “O Futuro da Economia Brasileira” promovido pela Câmara de Comércio dos Estados Unidos, evento que é chamado de “Brazil Day in Washignton”.
Deixe sua opinião