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Durante viagem ao Chile, Jair Bolsonaro comentou “rebelião de Maia”. | Marcos Corrêa/PR
Durante viagem ao Chile, Jair Bolsonaro comentou “rebelião de Maia”.| Foto: Marcos Corrêa/PR

Nesta sexta-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que está a disposição para conversar com o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) sobre a articulação da reforma da Previdência. Maia teria ligado para Paulo Guedes mais cedo dizendo que deixaria as negociações políticas da reforma.

“Queria saber o motivo pelo qual o Rodrigo Maia está saindo, estou aberto a diálogo, qual o motivo? Eu não dei motivo para ele sair”, afirmou Bolsonaro, que está em Santiago, no Chile. 

É como um namoro

Questionado sobre como tentaria convencê-lo a voltar, o presidente comparou a relação com o líder da Câmara a um namoro. 

“Só conversando. Você nunca teve uma namorada? E quando ela quis ir embora o que você fez para ela voltar, não conversou? Estou à disposição para conversar com o Rodrigo Maia, sem problema nenhum”.

O deputado do DEM tem se queixado de estar sendo atacado nas redes sociais por apoiadores do presidente e do ministro da Justiça, Sergio Moro, que o chamam de representante da velha política.

ENTENDA:  Maia recusa papel de articulador e põe reforma da Previdência na berlinda

Maia fez chegar a Bolsonaro que poderia deixar a articulação da reforma, medida crucial para o governo, por se sentir abandonado.

Ele trocou mensagens na quinta-feira (21), com o ministro da Economia, Paulo Guedes, reclamando de publicações feitas por outro filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) nas redes sociais. 

‘Apanhando sozinho’

Na visão de Maia, ele está apanhando sozinho por defender a reforma enquanto o governo não para de atacar a “velha política”.

Irritou o Congresso o fato de Bolsonaro ter feito nas últimas semanas declarações em tom crítico à política e que está sofrendo “pressão” por ceder à prática de troca de cargos por apoio político. 

A rebelião de Rodrigo Maia: Por que o presidente da Câmara subiu o tom contra Moro

De acordo com interlocutores de Maia, ele afirmou a Guedes que a partir de agora fará a “nova política”. E que ela se resume a não fazer nada e esperar por aplausos das redes sociais.

Questionado pela colunista da Folha Mônica Bergamo, Maia negou que tivesse feito afirmações no tom relatado. Mas disse que, sim, a responsabilidade de buscar votos para a aprovação da reforma é de Bolsonaro. “O papel de articulação do executivo com o parlamento nunca foi e nunca será do presidente da Câmara”, afirma.

“Eu continuo ajudando. Sei que a reforma da Previdência é fundamental e não abro mão dela”, diz. “E concordo com o presidente [Bolsonaro]: é preciso construir uma maioria de uma nova forma. Essa responsabilidade é dele”, segue.

“Quando ele [Bolsonaro] tiver a maioria e achar que é a hora de votar a reforma, ele me avisa e eu pauto para votação. E digo com quantos votos posso colaborar”, diz Maia.

Pacificação

Para apaziguar os ânimos, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), saíram em defesa do deputado em suas redes sociais, no início da tarde desta sexta-feira (22). 

“Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, é fundamental na articulação para aprovar a Nova Previdência e projetos de combate ao crime. Assim como nós, está engajado em fazer o Brasil dar certo!”, escreveu o senador.

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