Em sua primeira viagem oficial como presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL) foi para Brasília na terça-feira (6) na mesma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) que transportou seu vice, o general Hamilton Mourão (PRTB). A presença de ambos em um mesmo avião descumpre uma orientação de segurança contrária a transportar juntos os dois primeiros nomes da linha de sucessão presidencial. A recomendação é feita para se evitar um vácuo de poder caso a aeronave sofra um acidente e nenhum dos dois tripulantes sobreviva.
O episódio foi criticado, de maneira reservada, tanto por integrantes das Forças Armadas como por auxiliares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do Planalto.Para eles, mesmo que Bolsonaro e Mourão não tenham ainda tomado posse, seria razoável que fossem transportados em aeronaves diferentes, protocolo que é seguido inclusive pelo GSI, que faz a segurança presidencial.
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Procurada, a assessoria da Polícia Federal, responsável pela segurança de Bolsonaro, não respondeu até a publicação desta reportagem, assim como a FAB. Segundo um assessor do Planalto, apesar de se tratar de uma orientação mundial, não há uma regra específica sobre o assunto.
Nos bastidores, integrantes da PF argumentam que a orientação para evitar presidente e vice no mesmo voo é seguida quando há condições logísticas, ou seja, quando há mais de uma aeronave à disposição.
Além de ser adotada por chefes de Estado, a prática de segurança tem sido realizada por dirigentes de empresas, que normalmente não colocam seus executivos em um mesmo avião.
Protocolo é adotado há anos no Brasil
Ex-ministro do GSI, o general José Elito Carvalho explica que o protocolo de segurança é adotado há anos no Brasil. “É o que mostra o bom senso. No país, não é uma novidade”, disse.
Em 2010, a queda do avião do então presidente da Polônia criou uma instabilidade política no país. Morreram no acidente aéreo o presidente Lech Kaczynski, a primeira-dama e vários membros do alto escalão do governo.