O presidente Jair Bolsonaro chegou neste domingo em Washington, em meio a manifestações de apoio e críticas para uma agenda de compromissos que vai até a terça-feira, quando ocorrerá um encontro com o presidente americano Donald Trump. O avião que trouxe o presidente pousou às 16h40 (horário de Brasília) na base aérea de Andrews e 40 minutos depois ele chegou à Blair House, residência oficial para convidados.
Bolsonaro foi aos Estados Unidos acompanhado por sete ministros, que estão hospedados em um hotel próximo à Casa Branca. Ao descer do carro houve alguns gritos de “Mito” e “Jair”. Sob um forte esquema de segurança, o presidente brasileiro entrou na Blair House sem falar com os jornalistas.
Segundo o presidente escreveu em sua conta no Twitter, o convite para se hospedar no local se tratava de “uma honraria concedida a pouquíssimos Chefes de Estado, além de não custar um centavo aos cofres públicos.”
Nos hospedaremos na Blair House. à uma honraria concedida a pouquÃssimos Chefes de Estado, além de não custar um centavo aos cofres públicos. Agradecemos ao Governo Americano a todo respeito e carinho que nos está sendo dado. ð§ð·ð¤ðºð¸
â Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 17 de março de 2019
No Twitter, quando pousou em Washington, ele também disse que a união entre Brasil e EUA "assusta defensores do atraso e da tirania". "Pela primeira vez em muito tempo, um presidente brasileiro que não é anti-americano chega a Washington. É o começo de uma parceria pela liberdade e prosperidade, como os brasileiros sempre desejaram", escreveu Bolsonaro.
Mensagens de apoio e protestos
Uma família do Rio de Janeiro que está de férias em Washington aproveitou a agenda do Presidente para demonstrar apoio a Bolsonaro. “Unimos o útil ao agradável. Acho que essa visita pode ser importante pros Estados Unidos oferecerem meios para o Brasil crescer”, disse o oficial de justiça.
Mais cedo houve protestos na Lafayette Square, praça que fica ao lado da Casa Branca. Cerca de 50 pessoas se manifestaram contra os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump.
E, sua primeira aparição pública, Jair Bolsonaro ouviu gritos de apoio e agradeceu em português e inglês. “Obrigado. Thank You” disse o presidente antes de entrar no carro que o levou à Embaixada do Brasil para o seu primeiro compromisso oficial nos Estados Unidos.
Durante as 3 horas em que esteve na Blair House, residência oficial cedida pelo governo americano, Jair Bolsonaro recebeu a visita de cinco dos sete ministros que o acompanham nessa viagem; Paulo Guedes (Economia), Sérgio Moro (Justiça), Tereza Cristina (Agricultura) General Augusto Heleno (chefe gabinete de segurança institucional) e Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e comunicações).
Às 19:10 (horário de Washington) Jair Bolsonaro, acompanhado pelos ministros, deixou a Blair House para o seu primeiro compromisso oficial, um jantar na Embaixada do Brasil. Mas antes agradeceu os gritos de apoio do empresário Daniel Carvalho de Oliveira, 54.
“Bolsonaro we love you, keep doing what you doing man. Bolsonaro você está sendo o cara. Não deixa a corrupção te pegar , você não precisa”. Os gritos em inglês e português são de um apoiador do Presidente que mora há 29 anos nos Estados Unidos.
“O poder é satânico, você pode ser corrompido por todas as ofertas que aparecem. O dinheiro só é bem vindo quando é honesto” disse Daniel Carvalho de Oliveira em entrevista aos jornalistas que cobrem a comitiva presidencial.
Daniel disse que só não votou em Bolsonaro na última eleição porque não conseguiu transferir o seu título de eleitor de Miami para Washington dentro do prazo. Enquanto sua esposa fez questão de dizer que votou em Bolsonaro.
Jantar e outros compromissos
Na noite deste domingo Bolsonaro participa de um jantar na Embaixada do Brasil em Washington. Lá ele irá se encontrar com integrantes do movimento conservador americano. Entre os presentes estará Steve Bannon, ex-estrategista do governo Trump e que ontem à noite homenageou o filósofo Olavo de Carvalho, que também estará presente no jantar.
O pacote de anúncios durante a viagem contará com um acordo esperado há mais de 20 anos, outro destinado à construção de um satélite e uma série de outros documentos. O chanceler Ernesto Araújo também confirmou, na sexta-feira (15), em entrevista à Rádio Gaúcha, que o governo vai isentar unilateralmente de vistos cidadãos americanos, australianos, canadenses e japoneses. Mesmo sem exigir contrapartida, o governo espera começar a negociar a isenção de visto para brasileiros nos Estados Unidos.
A segunda-feira será destinada a encontros com empresários e investidores e, na terça-feira, Bolsonaro terá um encontro bilateral com o presidente americano Donald Trump.
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