O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse que tem um acordo com o futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, para afastar qualquer integrante do seu governo quando uma denúncia for considerada robusta.
A afirmação foi feita neste sábado (1º) por Bolsonaro após ser questionado sobre o inquérito aberto pela Polícia Federal para investigar o futuro ministro da Economia por supostas fraudes em negócios com fundos de pensão patrocinados por estatais.
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A investigação decorre de pedido feito em outubro pelo Ministério Público Federal em Brasília, que também abriu procedimento preliminar a respeito, com base em irregularidades apontadas pela Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar). O caso foi antecipado pela Folha de S.Paulo.
“Investigação do Paulo Guedes desconheço. Eu integro o Poder Legislativo no momento e integrarei o Executivo. Isso compete ao Judiciário. Eu sou réu e daí. Vão me questionar agora? Sou réu no Supremo Tribunal Federal. Todo mundo que converso diz que é uma coisa que beira ao absurdo por defender uma mulher vítima de estupro. Isso é justo?”, disse o presidente eleito.
Bolsonaro é réu em duas ações penais no Supremo Tribunal Federal (STF). Os crimes imputados a ele são de incitação ao crime, injúria e apologia ao crime.
Em 2003, Bolsonaro disse à deputada Maria do Rosário (PT-RS): “Jamais ia estuprar você, que você não merece”. E repetiu a frase em 2014: “Há poucos dias, você me chamou de estuprador no Salão Verde, e eu falei que não ia estuprar você, porque você não merece”. O processo está em andamento.
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No caso de Guedes, a PF vai apurar se o economista cometeu os crimes de gestão fraudulenta ou temerária ao captar, por meio de um fundo de investimentos, recursos de sete entidades de previdência complementar de empregados de empresas públicas.
Também será averiguada a hipótese de emissão e negociação de títulos sem lastros ou garantias suficientes.
“Nos demais casos, como conversado com o Sergio Moro, qualquer robustez em denúncia, nós afastaremos o respectivo ministro independente quem ele seja”, acrescentou Bolsonaro.
Graziano pode ser o novo ministro do Meio Ambiente
Ex-deputado federal pelo PSDB, Xico Graziano foi citado por Bolsonaro para assumir o Ministério do Meio Ambiente.
Ele contou também que a advogada e pastora Damares Alves “está na frente” para comandar um novo ministério -o da Família, Direitos Humanos e das Mulheres. Ela trabalha no gabinete do senador Magno Malta (PR-ES).
O presidente contou que pretende anunciar os titulares das pastas na próxima semana.
Bolsonaro confirmou que já se reuniu com Xico Graziano e disse que o ex-parlamentar “está extremamente favorável aos problemas que propus”.
“Um deles é que chove denúncia que o Ibama multa de maneira industrial o homem do campo. Não podemos ter gente no governo maltratando quem produz”, disse o presidente eleito, logo após participar da formatura dos oficiais da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras).
Graziano deixou o PSDB neste ano e apoiou o candidato do PSL.
Ele é amigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e também foi secretário de Meio Ambiente de José Serra no governo paulista. Em 2014, foi um dos coordenadores da área digital da campanha de Aécio Neves
Nesta tarde, Bolsonaro voltaria para a sua casa no Rio. Ele chegou na cidade na tarde de sexta após cumprir agenda no interior paulista.
Neste domingo (2), o presidente eleito vai entregar o troféu de campeão brasileiro ao Palmeiras. Ele assistirá do camarote do clube.
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