| Foto: Reprodução TV Band/

Na tarde desta quarta-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista ao jornalista José Luiz Datena, da TV Band.

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Entre outros assuntos, o presidente tentou apaziguar a relação com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). “Rodrigo Maia foi infeliz dizendo que Moro é meu funcionário”, disse. O presidente comentou que o presidente da Câmara poderia estar abalado por “questões pessoais”, referindo-se à prisão do sogro de Maia, Moreira Franco, na última quinta-feira (21), junto com o ex-presidente Michel Temer.

Apesar disso, o presidente da República disse que assim que voltar de Israel, para onde embarca no final da semana, irá procurar o presidente da Câmara.

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A rebelião de Rodrigo Maia: Por que o presidente da Câmara subiu o tom contra Moro

“Minha mão está sempre estendida. Ele tem responsabilidades, assim como eu e como o Supremo. Fazem tempestade em copo d’água”, afirmou. O presidente também rebateu a crítica de Maia, que disse que o presidente fica “muito no mundo virtual”:

“Essa é a minha mídia para não ficar na mão da imprensa. Eu não levo mais do que dez minutos [no Twitter]. Mas não quero ser inimigo da mídia tradicional, já tive várias reuniões”, destacou.

PEC do orçamento impositivo

Para Bolsonaro, a PEC do orçamento impositivo, aprovada nesta terça-feira (26) às pressas em duas votações na Câmara, não foi uma derrota do governo. “Queremos mais do que a Câmara aprovou, meu partido (o PSL) foi favorável”, disse.

Para ele, governadores e deputados têm mais condições de decidir o destino de verbas de emendas parlamentares do que o próprio governo federal, por conhecerem as questões de estados e municípios. “Vamos buscar o pacto federativo”, constatou. Agora, a proposta segue para o Senado, onde também deve passar por duas votações.

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“Não foi golpe”

Após a polêmica afirmação do porta-voz do governo de que haveria “comemorações” no dia do golpe de 64 nos quartéis, Bolsonaro contemporizou: “O que queremos é apenas lembrar a data”.

O presidente também relativizou a ditadura militar brasileira, ao dizer a derrubada do então presidente, João Goulart, que era uma vontade do povo, da imprensa, e da igreja. “Que golpe foi esse em que o Congresso cassou o João Goulart. Que golpe é esse que seguiu conforme a constituição de 1945 [vigente na época]?”, questionou.

“Nós (militares) somos o ultimo obstáculo para o socialismo. Quem decide se vai ser uma ditadura são as Forças Armadas, não é a OAB nem a CNI. Sempre estivemos ao lado do povo”, disse.

O presidente ainda contestou a culpabilidade dos militares em torturas. “Se tem alguém por aí sendo torturado [durante o atual governo] não pode botar a culpa em mim”, afirmou.

Política externa

Na oportunidade, Bolsonaro também foi questionado sobre uma possível intervenção militar na Venezuela: “Quando se fala em conflito, são vidas humanas. Não há interesse em se embrenhar em uma intervenção. Vamos às ultimas consequências voltadas à legalidade via Itamaraty”.

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Ele reforçou ainda a proximidade com o governo norte-americano e com Israel e não descarta a mudança de embaixada para Jerusalém, mesmo que isso exija negociações comerciais com os países árabes. Ele disse também que busca aumentar negócios com todos os países, e que nunca se posicionou contra a China: “Queremos vender para todo o mundo”.