Em uma das visitas na viagem a Israel, o presidente Jair Bolsonaro fez uma ‘pausa para foto’. Com um fuzil de assalto no ombro, ele defendeu:
“O que torna uma arma nociva depende 100% das intenções de quem a possui. Defendo a liberdade, com critérios, para cidadãos que querem se proteger e proteger suas famílias”, escreveu em sua conta no Instagram, mídia social de imagens.
Bolsonaro marcou a cidade de Jerusalém na foto e aproveitou para, indiretamente, reforçar a publicidade de seu decreto de porte de armas, assinado em janeiro. “Leis de desarmamento só funcionam contra aqueles que respeitam as leis; quem quer cometer crimes já não se preocupa com isso”, completou.
Presidente pode antecipar a volta
Mais cedo, o presidente visitou a Igreja do Santo Sepulcro e o Muro das Lamentações. Por outro lado, ele encurtou a agenda em Israel e pode voltar ao Brasil antes do previsto.
Bolsonaro cancelou um encontro que faria com a comunidade brasileira do país na quarta-feira (3), na cidade de Raanana, 20 quilômetros ao Norte de Tel Aviv.
A reportagem apurou com uma pessoa ligada à organização da viagem que o presidente cogita antecipar a volta ao Brasil em algumas horas. Na prática, Bolsonaro não deve cumprir a agenda programada para quarta-feira, reduzindo a visita de quatro para três dias.
Não é só a Palestina: evangélicos e ruralistas protestam contra escritório em Jerusalém
Não há informações sobre o motivo da antecipação do retorno. Originalmente, o presidente faria uma reunião com cerca de 250 imigrantes brasileiros em evento organizado com apoio da prefeitura local e membros da sinagoga Kehilat Or, fundada pela comunidade brasileira local.
A previsão era a de que chegaria a Raanana por volta das 9h30 (3h30, no horário de Brasília) e, de lá, iria para o Aeroporto Internacional Ben Gurion. O voo estava marcado para as 11h40, com chegada à capital brasileira às 20h40.
Nesta segunda-feira (1º), os organizadores do evento em Raanana receberam com surpresa a informação de que não haveria mais o encontro e que o presidente receberá nesta terça (2) apenas 20 membros da comunidade no hotel em que está hospedado, o King David, em Jerusalém. Às pressas, eles tiveram que contatar todos os registrados para comparecer ao evento para avisar o cancelamento.
“Não foi cancelado, apenas transferido”, diz a brasileira Deborah Srour, que serviu como ponte entre os participantes e a equipe do presidente. “Parece que o presidente tem que viajar mais cedo na quarta-feira e não daria tempo para fazer o evento.”
O rabino da sinagoga Kehilat Or, o paulista Ivo Zilberman, recebeu uma ligação da prefeitura de Raanana confirmando o cancelamento do evento e a transferência do encontro para Jerusalém.
Há cerca de 15 mil brasileiros em Israel. Raanana, cidade de classe média, tem se destacado como um centro para famílias do Brasil. Hoje, são mais de 200 na cidade.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura